Visitas técnicas da Missão Brasileira em Copenhague se inspiram na cidade mais feliz

Visitas técnicas da Missão Brasileira em Copenhague se inspiram na cidade mais feliz

O fim de semana foi de visitas técnicas para os 48 integrantes da Missão Brasileira em Copenhague, capital da Dinamarca, comandada pelo ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. Todo o tour guiado foi feito a bordo de bicicletas, o meio de transporte mais difundido na cidade. Mais de 50% dos deslocamentos em Copenhague são feitos dessa forma.

A cidade é considerada a mais ciclável do mundo, com mais de 400 quilômetros de ciclovias. A bicicleta é o símbolo de uma cidade que mudou o foco do desenvolvimento dos carros para as pessoas.

Nos bairros mais antigos, a transformação é visível. Nihavn (novo porto, em português), por exemplo, era uma antiga rua na zona portuária, marcada pela prostituição. Após a revitalização com bares e restaurantes, tornou-se o mais famoso ponto de encontro da cidade. No centro, os espaços para os carros foram reduzidos, as calçadas foram alargadas, estacionamentos convertidos em áreas de lazer, numa completa modificação do desenho urbano. Todas as obras foram feitas com a participação do governo, da iniciativa privada e da sociedade.

Lummertz destacou o modelo dinamarquês de crescimento centrado no apoio do poder público a projetos de inovação e sustentabilidade desenvolvidos muitas vezes pela própria comunidade. “Temos aqui as soluções mais criativas do mundo, que podem ser aplicadas em cidades do tamanho de Florianópolis, com muita riqueza, bom gosto e perspectiva de crescimento para as novas gerações”, ressaltou.

Com mais de 50 marinas, orla teve revitalização

Os integrantes da missão brasileira também conheceram de perto a transformação feita na orla marítima de Copenhague. Antes uma região empobrecida, desvalorizada e que tinha parte do espaço usada para depositar lixo, a região da praia Amagerstrand, na zona sul, se transformou em um dos locais mais visitados da cidade. São mais de 70 mil pessoas em dias de sol, que dispõem de uma praia artificial, além de parque, porto esportivo, ciclovias e decks.

Copenhague se orgulha também de possuir mais de 50 marinas e uma extensa área para banhistas. Além disso, a comitiva passou também por regiões industriais que estão sendo modificadas com os mesmos conceitos de prioridade para as pessoas. Locais que antes não recebiam visitantes e estavam degradados ganharam casas, ciclovias e vias gastronômicas, voltadas para a família, com movimentação intensa e geração de riqueza.

Bicicleta: a estrela da cidade

Diferente. Da chegada ao aeroporto, passando pelas vias de acesso à área central, pelas praças e parques, pelas ciclovias, a constatação foi evidente. Estou em uma cidade diferente de todas que já conheci. No lugar de rodovias, ruas com três ou quatro faixas, Copenhague tem poucas vias rápidas. Na área central, as ruas têm uma ou, no máximo, duas faixas. Tudo porque, ao lado dessas ruas está o que realmente importa para o dinamarquês. Calçadas largas, parcialmente ocupadas por mesas e cadeiras, amplas estruturas para os pedestres. Ao lado delas, a vedete desta metrópole de quase dois milhões de habitantes: as bicicletas.

Cotidiano. Usa-se bicicleta para tudo por aqui. Famílias inteiras saem para pedalar, para se divertir ou ir para o trabalho, numa experiência de viver a cidade sem paralelo com as cidades brasileiras. Tem gente que nem tem carro, eventualmente utiliza metrô ou ônibus, embora esses sejam serviços de qualidade oferecidos por aqui. O que os moradores querem mesmo é pedalar pela cidade. Não é uma pedalada apenas como prática esportiva, o que por si só já seria interessante. É muito mais amplo, é um meio de transporte altamente difundido e com regras rigidamente seguidas. Dá para circular pela cidade inteira em um clima de absoluto respeito por parte dos motoristas, e dos ciclistas com os pedestres.

Banho nu. Numa cidade de clima frio, o verão tem temperaturas que dificilmente passam dos 18 graus. Neste fim de semana ventou forte, mas isso não intimidou quem quis se jogar nas geladas águas dos canais despoluídos da cidade. No verão dinamarquês, com 14 graus de temperatura, em média, tem gente toma banho nu nas áreas públicas! Inimaginável no Brasil, na Dinamarca acontece, e com certa frequência nesta época do ano.

Gay Pride. Para fechar dois registros: o fim de semana teve Gay Pride, espécie de Semana do Orgulho Gay no primeiro país do mundo a reconhecer o casamento homoafetivo. Milhares de pessoas nas ruas e bandeiras arco-íris em toda a parte. Exemplo para o mundo! E teve também o Ironman, com milhares de atletas nas ruas do centro histórico da cidade. Até a próxima!

(ND, 20/08/2018)