Povo que não preserva a história fica sem referências, diz presidente do Iphan

Povo que não preserva a história fica sem referências, diz presidente do Iphan

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 10/08/2018)

A presidente do Iphan nacional, Kätia Bogéa, veio a Florianópolis nesta quinta-feira (9) acompanhar a assinatura da ordem de serviço para a obra de revitalização do Largo da Alfândega, solenidade realizada na Casa de Câmara e Cadeia – que está em fase final de restauração e será entregue no dia 27. À coluna, ela falou sobre preservação do patrimônio, segurança e recursos públicos.

ENTREVISTA/Kátia Bogéa

Quais os principais desafios enfrentados pelo Iphan, órgão que acaba de completar 81 anos?
O maior desafio, até há pouco, era a questão da força de trabalho, mas fomos um dos poucos órgãos do Executivo federal, por conta da lei do teto, que conseguiu fazer concurso público. As provas vão ser no final do mês, com 411 vagas. Mas, além disso, tem também a questão dos recursos. O orçamento do Iphan para 2018 é de R$ 18 milhões para todo o país. É necessário perceber que, em primeiro lugar, obras como a requalificação do Largo da Alfândega resolvem um dos problemas mais prementes hoje do Brasil e que está na pauta de dicussão política de todos os candidatos, que é a segurança pública. Política de segurança não é só colocar mais policiais e viaturas nas ruas, é iluminá-las, qualificá-las com espaços que as pessoas possam circular e usufruir. A agenda do patrimônio pode unir o Brasil e qualificar as cidades.

Há maior consciência sobre anecessidade de preservar o patrimônio?
Olha, esse trabalho de preservação jamais pode ser feito isoladamente. O problema da preservação, seja do patrimônio ou do meio ambiente, tem que ser enfrentado por meio de um processo educacional, pela compreensão de que os recursos são finitos e que a memória também. E que se o povo não preserva a história ele fica sem referências para construir seu futuro.