Pedestres e ciclistas arriscam à vida ao atravessar três faixas no Centro de Florianópolis

Pedestres e ciclistas arriscam à vida ao atravessar três faixas no Centro de Florianópolis

Para atravessar as seis pistas da rua Antônio Pereira de Oliveira Neto, entre o Parque Náutico Walter Lang e o Terminal Rodoviário Rita Maria, no Centro de Florianópolis, o tatuador André Quint, 27 anos, arrisca a vida todos os dias. Sobre a bicicleta, o morador de Coqueiros chega à Ilha de Santa Catarina pela ponte Pedro Ivo Campos e aguarda até cinco minutos para conseguir passar entre os veículos, que normalmente estão a 80 km/h. Com mais de 200 praticantes, os três clubes de remo apoiaram uma campanha por meio de um abaixo-assinado virtual, que circula pelas redes sociais, para a construção de uma passarela para pedestres. Enquanto isso não acontece, uma faixa de pedestres já traria mais segurança.

Além de atravessar as pistas, as pessoas ainda têm de passar pelos guard-rails para chegar à calçada em segurança. “Atravessar aqui é uma aventura todos os dias. Chego a ficar de dois a cinco minutos esperando uma brecha para passar entre carros e motos. Uma vez quase fui atropelado por uma moto, porque estamos em uma entrada de curva e os veículos vêm com velocidade acentuada”, conta Quint.

Além das pessoas que se deslocam do Continente para a Ilha e vice-versa, a região tem um grande movimento pelos atletas e alunos dos clubes de remo. O presidente do Clube de Regatas Aldo Luz, Adriano Miranda, 47, informa que dezenas de pais impedem os seus filhos de praticarem a modalidade em função da falta de um acesso seguro.

“Fizemos uma peneira no IEE [Instituto Estadual de Educação] e trouxemos mais de 200 jovens para o clube, mas apenas dez continuaram pela falta de uma passarela ou uma faixa de pedestres. Os pais têm medo de mandar os seus filhos para um local onde arriscarão a vida, pelo menos duas vezes por dia”, diz. “Um dos nossos remadores, com mais de 80 anos, caiu ao passar pela proteção metálica e cortou o queixo. Eu mesmo não consigo atravessar com a minha prótese”, completa Miranda, que teve uma perna amputada em um acidente de trânsito.

O abaixo-assinado criado no dia 3 de agosto tem o objetivo de conseguir 300 assinaturas. Até este terça-feira (14), 263 pessoas já haviam assinado o documento.

(Confira Matéria completa em ND, 15/08/2018)

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