Obra de revitalização paralisada gera transtornos na avenida Ivo Silveira em Florianópolis

Obra de revitalização paralisada gera transtornos na avenida Ivo Silveira em Florianópolis

Principal acesso viário da região continental de Florianópolis, a avenida Ivo Silveira, que liga os bairros Estreito e Capoeiras até o limite com São José e a Ilha de Santa Catarina, ainda é a dor de cabeça para comerciantes, moradores, ciclistas e motoristas. Em março de 2015, a Prefeitura da Capital começou a obra de revitalização, que deveria ser entregue no fim do mesmo ano, mas os trabalhos foram interrompidos em outubro de 2016 por falta de recursos do município. Construída em 1970, a avenida tem 5,2 quilômetros de extensão em pista dupla nos dois sentidos.

A chuva intensa nesta semana fez o comerciante Jovânio Frutuoso voltar a ficar preocupado com a falta de drenagem da avenida, que recebe um fluxo intenso de veículos em horários de pico. Proprietário de uma revenda de motos, Frutuoso está revoltado com a poça de água formada pela chuva que invade a calçada em função de um único bueiro.

Além da boca-de-lobo em frente da loja, a próxima fica a 64 metros. “Já falei com os ex-secretários do Continente, que deram risada e me chamaram de amigo, mas não resolveram nada. As crianças sofrem no fim de tarde para passar pela calçada, assim como os clientes têm dificuldades para entrar no meu comércio”, disse o comerciante.

Quando foi anunciada em 2015, a revitalização previa a redução do canteiro central para a implantação de uma ciclovia, a repavimentação asfáltica, a manutenção da drenagem, a faixa exclusiva para o transporte coletivo, a melhoria na iluminação pública e as sinalizações horizontal e vertical. Na prática, apenas parte do canteiro central foi reduzido e os postes de iluminação foram trocados.

A pavimentação asfáltica também foi feita, mas hoje é necessário uma nova intervenção. Já a ciclovia não saiu do papel. “Pelo grande movimento de veículos, sendo a maior parte de ônibus e de caminhões, só me sinto seguro pedalando na calçada. É difícil até para cruzar a pista na faixa de pedestres”, contou o auxiliar de serviços gerais Reni Lara Campos.

Retorno ficou pela metade e virou estacionamento

Um retorno também começou a ser construído na avenida Ivo Silveira, nas proximidades de um hipermercado em Capoeiras, mas o trajeto também não foi concluído. Apesar dos buracos e da falta de sinalização, atualmente o pequeno trecho é utilizado como estacionamento de revendedoras de veículos. Para o aposentado Jorge da Costa Lourenço, a obra inacabada é um descaso com o dinheiro público.

Mesmo sem o retorno estar concluído, alguns motoristas utilizam o trecho improvisado. “É uma vergonha a prefeitura não terminar um trecho tão curto de estrada. Isso sem falar na falta de drenagem, que transforma a avenida em uma verdadeira cachoeira”, disse Lourenço.

Marcelo Ribeiro Santos, gerente de um posto de combustível na esquina com a rua Abel Capela, chama a atenção para o grande número de acidentes de trânsito. Ele acredita que a prefeitura deveria fazer alguma intervenção no trecho, que permitisse a mudança de sentido e o cruzamento da avenida, para evitar mais acidentes. “Freadas, buzinaços e ameaças de colisões são diárias. Os veículos vêm em alta velocidade e encontram outros manobrando e, assim, temos a média de um acidente com danos materiais a cada três dias. Será que estão esperando por uma tragédia para tomar uma atitude?”, questionou.

(Confira matéria completa em ND, 27/07/2018)