21 jun Empresários querem sistema com compartilhamento de imagens de câmeras no Centro da Capital
A direção do CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Florianópolis reuniu os associados na sede da entidade para apresentar um plano de segurança “olho vivo” por meio de instalação de câmeras cujas imagens são captadas em alta definição. A intenção é implantar equipamentos de vigilância externa compartilhada com o videomonitoramento da Polícia Militar. Neste projeto, a polícia consegue visualizar as câmeras privadas, mas os lojistas não podem interferir no sistema eletrônico da segurança pública.
A tecnologia proposta é de uma empresa especializada em tecnologia de ponta. Atualmente, a PM dispõe de 52 câmeras que filmam em 360 graus na área comercial do centro de Florianópolis. Os associados da CDL têm o dobro de equipamentos fixos de um megapixel. Segundo o presidente da entidade, Lidomar Bison, a proposta tem o objetivo de minimizar, furtos, uso e tráfico de drogas e outros crimes praticados na região. Bison lembrou que com o avanço da tecnologia de vigilância há a possibilidade de um sistema inovador com a cobertura total de uma área ou região. “O monitoramento é armazenado na nuvem em alta qualidade com acesso por meio de múltiplas plataformas. É um momento de transformação para a segurança do comércio com disponibilização para as forças de segurança”, ressaltou.
A intenção da CDL é multiplicar para pelo menos mil câmeras na área comercial do Centro. O comerciante Rafael Salim, 43, proprietário da Infopaper, vítima de assalto ontem à tarde, aprovou a ideia. “Se o sistema já estivesse funcionando, certamente, a polícia teria mais facilidade de localizar e prender os ladrões”. Alencar Souza, 35, comerciante presente ao workshop comentou que os equipamentos, além de servir para investigação policial na apuração de crime, também inibem os crimes. Ele contou que nas imediações do prédio onde mora, na Trindade, os furtos e arrombamentos diminuíram sensivelmente após a instalação de câmeras.
Rua serviu de laboratório
A ideia de garantir a segurança on line na área comercial da cidade surgiu no ano passado com o laboratório de inovação urbana, implantado na rua Vidal Ramos. A via comercial foi humanizada numa cogestão entre o setor público e privado. Inicialmente, cada lojista instalou sua câmera interna no estabelecimento comercial, sem o compartilhamento do sistema de videomonitoramento da Polícia Militar.
No entanto, o projeto evoluiu na Acate (Associação Catarinense de Tecnologia). A idealização foi apresentada ao superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura de Florianópolis, Marcus Rocha. Ontem, Rocha explicou que o sistema permite o compartilhamento de imagens com câmeras públicas e usuários cadastrados na plataforma. “Com isso, se cria uma grande rede municipal de segurança, permitindo uma ação ampliada de vizinho solidário”, explicou.
Com a adesão, os comerciantes podem acessar o sistema remotamente, por meio de um aplicativo no smartphone. Se flagrar alguma irregularidade, aciona a PM pelo 190. “Outra vantagem é a de que um lojista pode ter acesso às imagens da loja vizinha e avisar o colega pela rede, cuja comunicação funciona pelo WhatsApp”, diz.
(ND, 21/06/2018)