24 maio Parque do Rio Vermelho completa 11 anos e programação celebra a data
Na região leste de Florianópolis, entre a Barra da Lagoa e a Praia do Moçambique, está um dos locais mais ricos e belos de Santa Catarina, o Parque Estadual do Rio Vermelho que nesta quinta-feira, 24 de maio, completa 11 anos de criação. Em comemoração à data, uma programação especial foi planejada para o dia 27 de maio, no Domingo no Parque.
Das 9h às 16h, diversas atividades como trilha ecológica, Projeto Tamar, Espaço Mar Aberto, Projeto Lontras, gincanas e brincadeiras sobre educação ambiental, roda de capoeira, boi de mamão, apresentação de banda, atividades de inglês, entre outros, agitam o domingo e celebram o aniversário do Parque.
O Parque
Com área de 1.532 hectares, o Parque é composto por 11% de Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa), 54% área de restinga e por 35% de ecossistemas alterados devido ao plantio e à invasão de pinheiros e eucaliptos.
A criação do Parque, realizada pelo Decreto nº 308/2007, teve por objetivo conservar a biodiversidade presente no local, além de promover ações de recuperação dos ecossistemas alterados, proporcionar a realização de pesquisas científicas e a visitação pública.
Em pesquisa realizada no parque foram registradas 169 espécies vegetais nativas. Entre as espécies de plantas encontradas no local, há a Mimosa catharinensis Burkart, um arbusto trepador com presença de espinhos, que não foi identificada em nenhum outro lugar do mundo.
No parque foi registrada a ocorrência de 106 espécies de aves silvestres e 15 espécies de répteis, sendo um deles o lagartinho-da-praia (Liolaemus occipitalis), uma espécie rara, ameaçada de extinção que vive somente nas dunas do litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Existem atualmente 25 espécies de mamíferos na Ilha de Santa Catarina e há a possibilidade de que praticamente todas elas sejam encontradas no PAERVE devido à grande variedade de ambientes. De acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, foram vistas pegadas de gambá (Didelphis aurita) e de cachorro-do-mato (Cerdocyon thous). O macaco-prego (Cebus nigritus) é encontrado no parque e dá nome ao Morro dos Macacos.
Além da importância ambiental, o parque possui relevância cultural e histórica. Um dos sambaquis mais antigos da Ilha de Santa Catarina, datado de 5.020 anos antes do presente, está localizado dentro do parque. O Distrito de São João do Rio Vermelho, localizado no limite norte do parque, é um dos mais antigos de Florianópolis, criado oficialmente em 1831.
Além disso, o parque abriga em seu subsolo o aquífero Ingleses-Rio Vermelho, responsável pelo abastecimento de água do norte da Ilha de Santa Catarina. Por esta razão, a conservação do parque contribui para que a recarga de água do aquífero ocorra sem qualquer impedimento e livre de contaminantes.
Centro de Reabilitação de Animais
Além de ser a casa de centenas de espécies, o Parque do Rio Vermelho também recebe e abriga temporariamente diversos animais. Por meio do Centro de Tratamento de Animais Silvestres (CETAS), animais resgatados recebem tratamento até estarem aptos e saudáveis para voltar ao habitat natural.
Atualmente há mais de 800 animais no CETAS. Mensalmente são realizados solturas e encaminhamentos, e todos os dias são recebidos novos animais, provenientes da apreensão de tráfico ilegal ou animais machucados que são levados pela população. Os bichos ficam no Parque do Rio Vermelho, recebem todo auxílio até estarem em condições de serem soltos novamente na natureza.
Este trabalho de recuperação ganhou ainda mais qualidade este ano com a inauguração do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, o maior deste segmento em todo o Brasil. Com área de 3 mil m² tem capacidade de receber cerca de 170 animais marinhos ao mesmo tempo. Atualmente abriga 23 aves, como atobas, fragatas e gaivotas.
Ao todo são 12 piscinas, sendo uma para abrigar pinguins; outra para aves voadoras; golfinhos; lobos/leões marinhos e oito para uso misto. O Centro ainda conta com ambulatório, salas de estabilização, internação e isolamento, laboratório de análises clínicas, sala de necropsia, para o caso dos animais encontrados mortos, cozinha para preparação de alimentos para animais e área administrativa.
Localizado dentro do parque, o Centro atenta para a sustentabilidade e tem um sistema próprio de tratamento de efluentes, captação de água da chuva e sistema de energia fotovoltaica. Foi construído pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e é administrado pela Associação R3 Animal.
Visitação
O melhor é que parte desta diversidade de vida, de belezas e de descobertas está disponível à visitação pública. Os interessados podem conhecer e passear pela Trilha Ecológica do Parque do Rio Vermelho de terça a sexta-feira, das 9h às 16h e nos finais de semana e feriados, das 10h às 17h. Crianças de até 5 anos não pagam. Para moradores do entorno, estudantes e pessoas acima de 60 anos de idade a entrada é de R$ 6,00. Para os demais visitantes, o valor é R$ 12,00.
*Os Centros de Reabilitação não estão abertos à visitação porque são hospitais para o tratamento e recuperação dos animais. Mas, na Trilha há espécies que estão em exibição, dentro do programa de educação ambiental.
Camping
Quem deseja ficar mais tempo para conhecer ainda mais as incontáveis surpresas do Parque, a opção é o camping do Rio Vermelho. Guardado pelo verde e há poucos metros da Praia do Moçambique, o local é considerado um dos melhores campings do Brasil, recebendo turistas de todas as partes do mundo durante o ano.
De janeiro a abril deste ano, o camping recebeu 2.890 visitantes com barracas, 204 motorhomes e traillers, além de ser o acesso para mais de dois mil banhistas e surfistas. No verão o público é majoritariamente de argentinos e brasileiros, mas recebe pessoas de várias nacionalidades.
Por ter mais de 40 anos de existência, o local é famoso ao redor do mundo. Por isso, é o preferido de muitos viajantes outlanders, aqueles que viajam ao redor do planeta, com destaque neste caso para alemães, franceses e holandeses.
Fora da temporada de verão, muitos moradores de Florianópolis passam o dia no camping, aproveitando a praia e a infraestrutura do local, como as churrasqueiras.
Programação Domingo no Parque
Atividades:
Trilha Ecológica, Projeto Tamar, Projeto Lamaq, Projeto Insetos, Projeto ECOPET, Espaço Mar Aberto, Projeto Lontras, atividades de inglês, gincanas de educação ambiental.
Apresentações:
11h – Roda de Capoeira
15h – Boi de mamão
16h – Banda “Catarina Canta”
(IMA, 23/05/2018)