24 maio Atrasada há dois anos, via que liga Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui deve ficar pronta até julho
Moradores de Santo Antônio de Lisboa e da Barra do Sambaqui, no norte da Ilha, finalmente poderão utilizar a Rua Padre Rohr com segurança. A via, que era estrada de chão, está em obras há três anos e a nova promessa da prefeitura de Florianópolis é concluí-la até julho deste ano. A rua também vai ser rota do transporte coletivo. A prefeitura ainda faz o levantamento das linhas que irão passar pelo local e onde ficarão os pontos de ônibus.
A Rua Padre Rohr liga os dois bairros, desde a SC-401, ao lado do Terminal Integrado Santo Antônio de Lisboa (Tisan), até a Estrada Isid Dutra. Ela é o acesso mais rápido para quem sai da rodovia e quer ir direto para Sambaqui ou para quem quer fugir da orla da praia, via principal das duas localidades.
A vendedora autônoma Patrícia Braga, 38 anos, leva mais de uma hora para ir do Centro da Capital até o Sambaqui de ônibus. Nos finais de semana o tempo aumenta ainda mais por causa do trânsito na orla da praia. A alternativa é descer no Tisan e ir a pé pela Rua Padre Rohr.
— Eu tenho duas opções: ou espero mais uma hora no trânsito ou vou a pé e chego bem mais rápido em casa.
A rua sempre foi utilizada como rota alternativa pelos moradores, mas como era cheia de buracos, mato e com pouca iluminação, nem todos se arriscavam. Hoje, mesmo com a obra inacabada, muitos motoristas já utilizam a via.
— Quando ela for concluída vai desafogar o trânsito da orla porque lá tem muitos restaurantes e os carros ficam estacionados na beira da praia, isso gera filas, atrasa os ônibus e com esta rua tudo isso deve melhorar — diz otimista Patrícia.
A novidade, já aprovada pelos moradores, é que a rua também deve ser rota do transporte coletivo. Segundo a prefeitura, os pontos de ônibus serão instalados a partir do próximo mês. Um estudo está sendo feito para saber quais linhas irão passar pela rua e onde ficarão os pontos de embarque e desembarque dos passageiros.
— Se o circular vir aqui primeiro para depois ir para a orla vai ser bem melhor. Vai ficar maravilhoso. Hoje eu não tenho mais carro, então sempre utilizo o ônibus. Pra mim vai ser muito bom — avalia Patrícia.
A estudante Diessica Gomes de Andrade, 29, está ansiosa para ver a obra ser entregue. Há três anos ela mora no Sambaqui e acompanha de perto os trabalhos.
— Vai dar para dividir o movimento (do trânsito), não vai ficar um fluxo tão grande na orla, e sem contar que é bem mais perto para quem vai para o centro. De carro dá uns 10, 15 minutos pela orla e por aqui não dá nem cinco minutos, é bem rapidinho. Com o ônibus também será mais rápido.
Obra custou R$ 10 milhões
As obras da Rua Padre Rohr, que tem 2,3 quilômetros, começaram na metade de 2015 e deveriam ter sido entregues um ano depois. No entanto, o asfalto foi concluído apenas na semana passada, com dois anos de atraso. A maior parte da via já tem calçada e ciclovia, no entanto, é visível que alguns trechos precisam de manutenção.
Segundo a prefeitura, ainda faltam fazer as ligações de drenagem, terminar a iluminação e sinalizações de trânsito. Um novo trecho, com cerca de 400 metros teve que ser aberto até a Estrada Isid Dutra e 35 desapropriações foram necessárias.
De acordo com o prefeito Gean Loureiro, foram os processos de desapropriações que atrasaram a conclusão da obra. No total, a prefeitura desembolsou R$ 4,9 milhões com recursos próprios para adquirir os imóveis por onde a via passa. Já o restante da obra saiu por R$ 5 milhões, com recursos do Ministério das Cidades e contrapartida de 5% do município.
— Essa rua vai acabar com o maior problema desses dois bairros, vai diminuir o trânsito, principalmente no verão, além de valorizar e melhorar o acesso — diz o prefeito.
Ainda segundo Loureiro, a prefeitura já tem um projeto para também asfaltar a Estrada Isid Dutra, que hoje é de lajota e cheia de buracos. A obra está orçada em R$ 2,5 milhões e a intenção é conseguir recursos em parceria com o Governo do Estado. O prefeito não deu data para a obra de pavimentação.
(Hora de Santa Catarina, 24/05/2018)