20 abr Palestra aborda transporte público e mobilidade na Grande Florianópolis
Investimentos formatados para o transporte individual privado, falta de uma infraestrutura exclusiva para o transporte público, obras com pouca sinergia com a mobilidade não motorizada, assim como o reforço midiático de que só há uma tecnologia de transporte. Estas práticas, qualificadas de planejamento conservador das autoridades, foram apontadas por Rodrigo Giraldi Cocco na palestra “Transporte público e mobilidade na Região Metropolitana de Florianópolis”.
A convite do deputado Cesar Valduga (PCdoB), o geógrafo e doutor em geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha) apresentou na noite desta quinta-feira (19) no Plenarinho Paulo Stuart Wright números e aspectos da mobilidade urbana na Grande Florianópolis e na cidade da Catalúnia.
Em seus estudos, Rodrigo apurou que de 2002 a 2015 Florianópolis, Biguaçu, Palhoça e São José tiveram um acréscimo de mais de 200 mil automóveis e de 70 mil motocicletas, sendo que os deslocamentos de grande distância já vinham ocorrendo desde o final dos anos 1970. “O automóvel não é o culpado por problemas de mobilidade, pois a Europa tem um grande número de carros e soube equilibrar a matriz modal.”
Ele reiterou que na região metropolitana de Florianópolis as ações do Estado, historicamente, são desintegradas, não há engajamento político para a implantação de melhorias no setor. “O que prevalece são as estruturas conservadoras de poder, onde não há intervenções significativas no uso do solo para aprimorar a mobilidade urbana. Como em Barcelona e outras cidades europeias, é urgente atrair os motoristas de automóveis para o transporte público.”
(Alesc, 19/04/2018)