19 abr Contorno Florianópolis deve ser concluído até 2020 segundo a Arteris que é concessionária da BR 101
Desapropriações de 175 propriedades, licença ambiental de 3,6 quilômetros e aprovação do projeto orçamentário, revisado por causa da mudança de traçado, são os três fatores que atrasam a conclusão do contorno rodoviário de Florianópolis, segundo o engenheiro Marcelo Modolo, que atua na Arteris (concessionária da BR 101) como superintendente da obra. À Câmara de Transporte e Logística (foto) da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), ele relatou o andamento da obra.
O executivo estima que ela seja a segunda maior do Brasil, atrás apenas do Rodoanel de São Paulo. Informou que 35 dos 50 quilômetros que totalizam o trabalho já foram iniciados e devem ser concluídos até o final de 2019. Modolo prevê para o final de 2020 a conclusão dos 15 quilômetros restantes, que dependem exatamente da consecução dos três fatores.
“Há uma série de entraves que tem impedido a execução total da obra; precisamos ter esses passos todos vencidos para que possamos ver ela concluída”, afirmou Mario Cezar de Aguiar, presidente da Câmara. “Na nossa visão, o prazo dado pela concessionária, de 2020, não será exequível e precisamos de uma pressão da sociedade catarinense no sentido de acelerar os procedimentos para que tenhamos a conclusão dessa obra”, disse, referindo-se à morosidade de órgãos responsáveis pelas aprovações das demandas, incluindo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Aguiar destacou que a finalização do trajeto se faz necessária para oferecer mais segurança aos usuários e aumentar a competitividade da economia catarinense. Ele entende, no entanto, que a obra não solucionará o problema do tráfego na Grande Florianópolis, pois até seu término a demanda terá aumentado.
No total, o contorno exige desapropriações de 1.018 propriedades, das quais 843 já foram realizadas. Das 175 restantes, 157 encontram-se no trecho Sul, no município de Palhoça. É neste trecho final da obra que também resta o licenciamento ambiental de 3,6 quilômetros, que tramita no Ibama, e onde ocorreu a mudança do projeto, decorrente da implantação de condomínios residenciais no local do traçado original, o que determinou a necessidade de três novos túneis. A alteração exigiu a revisão orçamentária – e provavelmente da tarifa de pedágio posterior –, que está em análise na ANTT.
Nos demais trechos, as obras prosseguem e devem ser concluídas até 2019, a se confirmar a previsão do superintendente. No trajeto, restam a execução de um túnel, além de viadutos e pontes. A maior dificuldade, neste caso, são os solos móveis e o excesso de chuvas. Por isso, aterros de acesso a pontes e viadutos estão em fase de compactação, processo que pode perdurar por até nove meses. Mesmo que os canteiros fiquem “em descanso”, a estrutura de concreto pré-moldado já está fabricada, informou Modolo.
(Amanhã, 18/04/2018)