29 mar São Ludgero é 1ª cidade de SC a tratar 100% do esgoto da área urbana e rural
São Ludgero, no Sul catarinense, tornou-se a primeira cidade catarinense a tratar 100% do seu esgoto das áreas urbana e rural. O município investiu cerca de R$ 1 milhão para construir um sistema de tratamento individual em 600 propriedades rurais, como mostrou o NSC Notícias desta terça-feira (27).
É uma obra que não está visível aos olhos da população, mas que vai fazer a diferença para a qualidade de vida dos 13 mil habitantes de São Ludgero. Há 12 anos atrás, a realidade era outra.
“Na maioria das propriedades, nas 600 propriedades rurais do município, eram sistema simples. Sistema de fossa”, explicou o gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Gustavo Gimi Claudino.
Tratamento para a área rural
No final do ano passado, a rede de tratamento da área urbana foi concluída. Mas ainda faltava tratar o esgoto das áreas mais afastadas do centro. “O Samae [Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto] realizou várias análises, em que deu que quase 90% de suas fontes estavam contaminadas”, afirmou a diretora do Samae de São Ludgero, Judite Schurohff.
A família da agricultora Andreia Becker foi uma das primeiras a receber o sistema de tratamento, que fica no jardim da casa. Antes, ela tinha só uma fossa em casa e despejava a água da lavanderia no riacho ao lado.
“Tudo vai ficar melhor para o futuro. As águas vão ficar mais limpas e vai melhorar para as futuras gerações”, afirmou a agricultora.
Sistema
O sistema instalado em todas as propriedades de São Ludgero funciona em três etapas. Dois tanques que fazem a decomposição e separação dos resíduos sólidos e um terceiro funciona como um filtro.
A água do filtro vai para um terreno cheio de plantas. A água da máquina de lavar e da pia da cozinha também vai para o mesmo local.
As plantas funcionam como um filtro natural. Elas recolhem toda a umidade do solo e não deixam nada escorrer para o rio. “Essa eficiência tem atingido de 90% a 95% já de pureza nessa água”, declarou a engenheira agrônoma Juliana Duarte.
Para os moradores, a única responsabilidade agora é fazer a limpeza do sistema a cada dois anos.
(G1SC, 27/03/2018)