Impasse na renovação de convênio interrompe projeto que usa mão de obra de detentos em Florianópolis

Impasse na renovação de convênio interrompe projeto que usa mão de obra de detentos em Florianópolis

O projeto da Prefeitura de Florianópolis que possibilita a reabilitação de presos do regime semiaberto ou que cumprem penas alternativas, utilizando a mão de obra nos serviços públicos está parado após o convênio não ser renovado. O processo foi interrompido por conta de um impasse no número de presos solicitados pela administração para realizar os trabalhos. Por conta disso, os cuidados com a limpeza e manutenção do matagal em vias, terrenos e até mesmo em cemitérios estão acumulados pela falta do reforço no efetivo.

O projeto funcionou no ano passado e foi interrompido em dezembro. Na época, o prefeito Gean Loureito chegou a afirmar que a economia entre contar com os detentos ao invés de terceirizar o serviço seria até de 70%. “O objetivo é ter um resultado mais prático para a sociedade e, obviamente, um benefício social muito grande e uma oportunidade de ressocialização”, disse.

A interrupção do projeto ocorreu porque a Prefeitura quer aumentar de dez pra 50 o número de detentos. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mesmo que no complexo da Capital tenha 216 presos do semiaberto, só tem dez vagas para o trabalho externo, e com o tempo, os presos vão pra outras cidades ou conseguem a liberdade. O processo também envolve a decisão da Justiça, que leva um tempo para tramitar a autorização de novos presos para o trabalho externo.

Sem prazo
Por conta do impasse, a solução que o Departamento de Administração Prisional (Deap) resolveu ampliar o convênio pra outra unidade prisional da Grande Florianópolis. No entanto, não informou qual unidade prisional irá ser integrada ao convênio.

Para o defensor público que atente os detentos da região Felipe Schmitz da Silva, o trabalho na unidade prisional é fundamental pra evitar que o tempo ocioso do interno. “Evita com que eventuais atentados, ataques nas ruas aconteçam. Isto está sempre vinculado, oferta de trabalho à situação da segurança nas ruas”, explicou.
Mas, enquanto o convênio não volta a funcionar, o mato cresceu pela cidade, como é possível verificar no cemitério São Francisco de Assis, conhecido como Cemitério do Itacorubi.

A Secretaria de Justiça e Cidadania não disse quando o convênio será retomado, mas informou que está tomando as providências pra conseguir a liberação de outra unidade prisional.

(G1SC, 07/03/2018)