21 mar A quarta ponte
Da Coluna de Marcelo Fleury (NSC, 20/03/2018)
Na ficção, Florianópolis já teve quarta ponte, um túnel, transporte marítimo e teleférico.
De novo, vem aí a quarta ponte. A diferença é que, agora, ela seria toda bancada pela iniciativa privada.
Mas não vai.
A ponte ligaria a Tapera à BR-101, em Palhoça. O custo estimado é de R$ 1,2 bilhão. Todo o dinheiro seria bancado pela iniciativa privada, a começar pela Zurich, concessionária do aeroporto. Dali em diante, surgiu a Arteris, que não fez nem o contorno viário, imagina uma ponte.
Para passar sobre a ponte, o motorista teria de pagar R$ 6,50. É o pedágio.
Para autorizar essa concessão, o Executivo usaria uma modalidade chamada PMI (Proposta de Manifestação de Interesse). Em outras palavras, diria que há empresas privadas com o interesse de construir uma ponte; dá prazo de 60 dias para que alguém também queira. Não havendo, ganha quem propôs.
Para o usuário que trafega entre o sul da Ilha e Palhoça, terá de arcar com pedágio. O que hoje não tem nas duas pontes da Ilha. Ele terá que computar o cálculo do pedágio na gasolina e no tempo que fica no trânsito.
O projeto é ousado.
Embora não tenha dinheiro público, também não tem privado.
São nove quilômetros de ponte.
Se para construir um trapiche já tem quem refuga, imagina um colosso.
A quarta ponte 2
Representante de uma empresa que supostamente estaria interessada em erguer nove quilômetros de uma ponte sobre o mar disse algo do tipo: “Nem pensar!”.
A prioridade da Zurich, que ganhou a concessão do aeroporto, é primeiro terminar o aeroporto.
O resto é política.