29 jan Produção de orgânicos ganha espaço em SC
Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 26/01/2018)
Cooperativas, associações e produtores de Santa Catarina que trabalham com orgânicos tiveram o que comemorar em 2017. Mesmo em um ano em que a economia ainda pegou no tranco, a demanda do mercado seguiu alta e às vezes acima da capacidade de produção.
Na ausência de dados oficiais do Estado, as cooperativas dão a temperatura desse mercado. Na Agreco, pioneira no segmento em SC – surgiu em 1996 -, as vendas no varejo aumentaram 30% em 2017, segundo o diretor financeiro, Adilson Lunardi, seguindo a tendência de anos anteriores. O frango, carro-chefe, teve um incremento de 45%, e a cooperativa já busca selo de inspeção federal para vender para outros Estados.
No projeto Fruta Fina, de Urubici, que tem foco na produção e beneficiamento de frutas vermelhas, o volume cultivado cresceu quatro vezes nos últimos três anos. Em 2017 houve ainda expansão dos locais de venda para fora de SC, em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo.
O presidente da cooperativa serrana Econeve, João Reichert, afirma que mesmo com o aumento constante da produção é comum faltar produto para atender a necessidade do mercado.
Já no Oeste é o leite que vem crescendo, por meio de um projeto de incentivo do Sebrae SC. No ano passado, a produção certificada dessa iniciativa era de 18 mil litros ao mês, e neste ano a expectativa é atingir os 30 mil litros mensais.
SC é o quarto Estado em número de unidades produtivas de orgânicos, detém mais de 7% do total nacional, conforme dados de 2017 do Ministério da Agricultura. Segundo o secretário adjunto de Estado da Agricultura, Airton Spies, embora faltem números precisos, é inegável que a produção vem crescendo por aqui, acompanhando a tendência mundial.
O setor como um todo aumentou, em nível nacional, 20% em 2016 e alcançou R$ 3 bilhões de faturamento. Segundo pesquisa do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), de 2017, a região Sul concentra a maior incidência de consumo. Enquanto no país 15% compram esse tipo de produto, nos três Estados do Sul são 34%.