Prefeitura de Florianópolis recua sobre cobrança da taxa de lixo dos últimos cinco anos

Prefeitura de Florianópolis recua sobre cobrança da taxa de lixo dos últimos cinco anos

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 26/01/2018)

Diante da insatisfação generalizada e do desgaste entre o meio empresarial, a Prefeitura de Florianópolis já admite recuar sobre a cobrança retroativa da taxa de lixo que vem sendo encaminhada aos estabelecimentos comerciais. Está sendo alinhavada uma saída jurídica que permita a remissão (perdão) dos valores correspondentes aos últimos cinco exercícios, calculados com um redutor considerado irregular pela administração municipal. O gabinete de Gean Loureiro (MDB) confirmou para segunda-feira uma reunião solicitada pelas entidades empresariais e vereadores com o objetivo de avançar na discussão.

Internamente as associações estão tendo que lidar com a ira dos donos de estabelecimentos comerciais, inconformados com a notificação para pagamento do boleto referente ao ano de 2012. Em texto distribuído ontem, a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) orienta os associados a não quitarem esse valor retroativo e ainda efetuarem uma reclamação formal ao Tribunal Administrativo Tributário da secretaria municipal da Fazenda.

No mesmo documento, a entidade cita que o lançamento complementar da taxa de lixo “está viciado” e deve ser impugnado: “Isso porque a autoridade fazendária justifica a cobrança com o argumento de que a Lei Complementar no 136/2004 não se aplica ou, ainda que concede um benefício imoral aos imóveis comerciais. Certo ou errado, moral ou imoral, o fato é que a lei existe, está em vigor e continua a produzir efeitos”.

O caso foi judicializado no final do ano passado por iniciativa do vereador Bruno Souza (PSB), que entrou com um mandado de segurança com pedido de liminar para suspensão da cobrança. O plantão judicial, no entanto, negou o pedido de urgência. “A CDL de Florianópolis, diante do retorno das atividades do Poder Judiciário, renova as esperanças por um pronunciamento que ponha um freio à sanha arrecadatória da Prefeitura”, registra a entidade.