01 dez Rede de Monitoramento Cidadão de Florianópolis apresenta relatório de indicadores 2017
A questão da segurança foi apontada como o principal problema na percepção da população de Florianópolis em pesquisa de opinião pública apresentada pela Rede de Monitoramento Cidadão (RMC). Também foi divulgado o Relatório Anual de Progresso de Indicadores de Florianópolis (RAPI 2017), subdividido em 12 pilares, 30 temas, 69 subtemas e 158 indicadores que envolvem assuntos como mobilidade, segurança, saneamento básico, mudanças climáticas, água, resíduos sólidos, gestão pública, competitividade e outros que interferem diretamente na sustentabilidade da cidade e qualidade de vida de seus moradores.
Baixe aqui o Relatório de Progresso Anual de Indicadores (RAPI) de Florianópolis 2017
Faça download da Pesquisa de Opinião Pública da RMC 2017
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30/11), em evento que lotou o auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL). A Pesquisa de Opinião Pública RMC 2017 que ouviu 1021 moradores para buscar a saber a percepção sobre os temas citados. Os dados foram confrontados com os os indicadores-base colhidos junto ao poder público e instituições. Os dados apresentados foram divididos em formato “semaforizado”, estipulando cores verde, laranja e vermelho para identificar as mesmas situações em dois modelos: o primeiro, as informações colhidas junto a entidades públicas e o segundo, a percepção da população sobre as mesmas situações.
A segurança pública foi apontada em todos os quadros da pesquisa como o maior problema de Florianópolis, segundo a percepção dos 1021 entrevistados. Outro ponto foi a transparência dos órgãos públicos e a falta de participação da comunidade em decisões públicas: 71,7% declararam não participar de ações comunitárias.
“Essa confrontação da percepção do cidadão com as informações reportadas pelo Poder Público são fundamentais. Os dados são referentes a 2016 e o que a população pensa é o termômetro sobre o que está sentindo nesse momento”, disse Fernando Penedo, Coordenador Nacional da RMC. “Saber ler esses dados e perceber que mensagem a população está recebendo é crucial”.
Oportunidade de Aprendizado
O grande destaque, na opinião de Penedo, foi a quantidade de dados “não reportados” pela Prefeitura Municipal de Florianópolis. Mas segundo ele, essa questão não é um problema que possa comprometer. “Muitos desses indicadores utilizados pela RMC eram desconhecidos pelo Poder Público. E isso necessariamente não é um problema, é uma oportunidade de aprendizado. O grande desafio a partir de agora é saber aplicar esses indicadores no dia a dia da administração pública”, afirmou.
Anita Pires, presidente da Associação FloripAmanhã (entidade que coordena o RMC Florianópolis) destacou que a partir deste estudo, entregue para a Prefeitura de Florianópolis, será possível traçar políticas públicas que devem nortear a busca pela sustentabilidade. Mas ela aproveitou a oportunidade para fazer um alerta.
“É preciso que sejam realizados projetos com continuidade para que a sustentabilidade seja possível. Não é possível que tudo seja modificado a cada mudança de governo”, afirmou. “A população deu o recado ao mostrar grande insatisfação com a segurança, que apareceu em vermelho no indicador, mas também trouxe surpresas como a avaliação positiva da qualidade do ar e da água. Cabe a noó, como cidadãos e integrantes da sociedade, fazer a nossa parte para buscar uma cidade sustentavel planejada e que busquemos apenas um modelo de gestão, mas sim um modelo de estado”.
Os itens em alerta, marcados pela cor vermelha, incluem segurança, saúde, educação, participação popular e transparência. Entre os temas em verde estão questoes como coleta de resíduo sólidos, qualidade do ar e da água e moradia. O estudo está subdividido em 12 pilares, 30 temas e 69 subtemas. A metodologia segue os princípios do movimento Cómo Vamos, que nasceu em 1998 em Bogotá, Colômbia, e hoje que reúne programas e abrange 36 cidades colombianas.
Saiba mais sobre a RMC Florianópolis
A Rede de Monitoramento Cidadão de Florianópolis é uma organização independente e apartidária, criada com o objetivo de acompanhar, de forma técnica e imparcial, o desempenho da cidade em questões que impactam sua sustentabilidade e a qualidade de vida de seus cidadãos. Composta por representantes da sociedade civil, setor produtivo, academia e mídia, a RMC também realiza pesquisas e estudos, dissemina informações e análises, e desenvolve iniciativas com diferentes setores da sociedade, por meio de projetos e estímulo à ação política responsável, que promovem a sustentabilidade da cidade. O projeto conta com o apoio financeiro do Fundo Socioambiental da CAIXA e parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e tem como agência executora a Baobá – Práticas Sustentáveis. A Associação FloripAmanhã é a presidente executiva da RMC Florianópolis.