14 dez Prefeitura destrói casas em área de preservação de Florianópolis, mas joga entulhos nas dunas
Mesmo após a prefeitura de Florianópolis e a Polícia Militar terem afirmado que não havia previsão de demolir casas na comunidade do Siri, cinco residências foram derrubadas na terça-feira (12). A PM afirma que os locais estavam desocupados e foram destruídos por estarem em área de preservação ambiental.
Um vídeo gravado por moradores mostra uma retroescavadeira da prefeitura jogando entulhos nas próprias dunas, como mostrou o Jornal do Almoço desta quarta-feira (13).
As imagens mostram a máquina enterrando o resto das casas nas dunas, o que também é crime ambiental. A Fundação do Meio Ambiente (Floram) informou que os entulhos já foram desenterrados nesta quarta e que serão levados para um aterro no Norte da Ilha. O funcionário deve ser advertido pela Superintendência de Infraestrutura.
Demolição
A Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fatma), a Secretaria de Obras e a PM passaram a terça-feira na comunidade, no Norte da Ilha.
“É uma ação auto executória do órgão ambiental municipal. Se eles contatam que existe uma casa em uma área de preservação ambiental, não precisa de órdem judicial para a execução. Exigiria uma órdem judicial caso tivesse uma família morando”, disse o tenente coronel Sinval dos Santos Júnior.
Operação derruba mais cinco casas na comunidade do Siri, em Florianópolis
O líder comunitário Carlos Eduardo Ferreira diz que a comunidade, cerca de 200 famílias, está disposta a sair da área, desde que haja um lugar para ir. “O que se espera é que construa conjuntos habitacionais, que se de um destino digno. Ninguém aqui se nega a pagar imposto”.
A prefeitura informou que está licitando a construção de conjuntos habitacionais.
Mais de 80 casas já foram demolidas desde o começo do ano. A operação é feita pela Polícia Militar e a prefeitura para evitar o avanço das casas nas áreas de dunas e a ocupação irregular pela criminalidade.
Segundo a PM, os trabalhos continuam e, desde abril, não há mais registros de homicídios na região.
(G1sc, 13/12/2017)