Florianópolis é vice-líder em endividamento no país

Florianópolis é vice-líder em endividamento no país

O endividamento caiu em Florianópolis, mas a cidade segue com a vice-líder neste índice entre as capitais, posição que ocupa há três anos. Em dezembro de 2016, 86% das famílias do município tinham algum tipo de dívida, redução de um ponto percentual sobre 2015 e de dois em relação a 2014. Em termos absolutos, 144 mil famílias estão endividadas na Capital. O primeiro lugar na lista nacional é, mais uma vez, de Curitiba, com 87%.

Os dados são da Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP). A análise contempla números de 2014 a 2016, com base em informações do Banco Central, do IBGE e da Confederação Nacional do Comércio (CNC). No total das capitais, a proporção foi de 57% de famílias com dívidas no ano passado, queda de quatro pontos percentuais em relação a 2015.

A queda no endividamento, segundo a FercomercioSP, está fortemente relacionada à redução da oferta de crédito em razão da recessão. Fora isso, diz a entidade, o brasileiro soube se planejar e reduzir o consumo para atravessar a crise.

Além de Florianópolis e Curitiba estarem na liderança do ranking nacional, Porto Alegre tem um endividamento relativamente alto, de 71%, o sétimo maior entre as capitais. Desemprego menor e maior acesso a crédito estão entre as razões que explicam esse cenário na região Sul.

— O Sul tem a renda, além de alta, bem distribuída. Em Florianópolis também há o aspecto do emprego público, que é o tipo de cliente que os bancos gostam (para conceder crédito) – diz o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.

Inadimplência cresceu na Capital

O endividamento, vale esclarecer, não é necessariamente ruim. Financiar um imóvel, um carro ou uma viagem, por exemplo, é assumir dívidas, e reflete uma boa situação financeira. O problema passa a ser quando a pessoa não consegue pagar – seja por mau planejamento ou por imprevistos – e entra para o grupo dos inadimplentes.

—O endividamento é um mecanismo de crescimento econômico e de bem estar das famílias quando há um patamar saudável de comprometimento da renda. Só que no Brasil, com os juros altos, esse endividamento saudável fica comprometido – explica o economista da Fecomércio SC, Luciano Córdova.

A parcela da renda média mensal comprometida com dívida na Capital, de 32%, ainda está próxima dos 30% considerados adequados pela FercomercioSP para que não haja risco de inadimplência. Na média, cada família do município gasta R$ 1.817 mensais com dívida, R$ 40 acima da média das capitais.

Já a proporção de famílias florianopolitanas com contas atrasadas é considerada preocupante pela entidade em SC. Em 2016, 27% estavam inadimplentes, a décima segunda maior taxa entre as capitais, empatada com outras seis cidades. Em 2015, essa taxa era de 26%, e em 2016, de 23%. No total das capitais, a inadimplência foi de 23%, mesma taxa de 2015.

(DC, 30/09/2017)