Com o objetivo de tornar Florianópolis uma cidade com qualidade de vida para todos, mais de 40 entidades lançaram hoje o Movimento Floripa Sustentável.

Com o objetivo de tornar Florianópolis uma cidade com qualidade de vida para todos, mais de 40 entidades lançaram hoje o Movimento Floripa Sustentável.

Da Coluna de Estela Benetti (DC, 09/10/2017)

Com o objetivo de tornar Florianópolis uma cidade com qualidade de vida para todos, mais de 40 entidades lançaram hoje o Movimento Floripa Sustentável. As ações previstas incluem apresentações de propostas, debates e encaminhamentos para quatro pilares fundamentais: preservação ambiental, crescimento econômico, desenvolvimento social e planejamento urbano. A intenção é ouvir todos, especialmente pelo portal do movimento, propor soluções e executar dentro de normas técnicas e legais.

O movimento foi lançado à tarde na sede da Fecomércio com participação em peso de lideranças. Tanto o presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), Luciano Pinheiro, que está à frente do movimento por um período determinado, quanto o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz e o presidente do conselho do Costão do Santinho, Fernando Marcondes de Mattos alertaram que a Capital está perdendo espaço economicamente e no protagonismo de uma cidade diferenciada. Enquanto a maioria das cidades catarinenses registra crescente oferta de empregos, Florianópolis está perdendo vagas, especialmente no turismo, alerta Luciano Pinheiro.

— O objetivo é trazer todos para o debate. Temos uma visão de que a cidade vive muito do nós contra eles. Uma posição de um lado contra outra, o que não é bom para a cidade. Muitos acreditam que a sua posição é mais importante que a outra, mas quando se vive na cidade, na polis, temos que construir o que é melhor para todos. Por isso temos que colocar na mesa todas nossas visões de futuro e a partir daí construir o que é ideal para todos. A palavra chave atrás do movimento é consenso – explica Luciano Pinheiro.

O que está acontecendo é que cada grupo alinhado a uma área acredita que a sua ideia é a melhor, mas a intenção é que todos passem a pensar que é possível fazer defendendo os quatro pilares. O movimento começa com uma campanha criada pela agência Propague. A projeção é de que a população da cidade que hoje tem 480 mil habitantes, chegará perto de 800 mil em 2030. As demandas serão apontadas e as soluções serão encaminhadas com base em estudos técnicos.

— Os dois setores principais da economia da cidade, turismo e tecnologia devem ser contemplados. No caso da tecnologia, estamos avançando rapidamente, temos um belo ecossistema, mas nossas empresas não conseguem nem expandir porque temos muitas regiões da cidade onde não é possível ter um escritório, um CNPJ dessas empresas em local que ajudasse a desenvolver a cidade. No turismo, temos o aspecto da preservação versus desenvolvimento. O último equipamento que recebemos foi o centro de eventos em Canasvieiras – afirmou Pinheiro.

A maioria lamenta a falta de projetos hoteleiros em andamento. Chapecó tem 12, Blumenau tem sete, Fortaleza, 27 e Florianópolis, um. Entre as entidades que aderiram ao Movimento Floripa Sustentável estão Acate, Fecomércio SC, Fiesc, Fampesc, CDL da Capital, Sebrae/SC Sinduscon da Grande Florianópolis, Floripa Amanhã, Sindetur, Sindepark-SC, Senge-SC, Floripa Convention Bureau, Abrasel, Secovi-SC, Sescon-SC, Ampe Metropolitana, ABIH-SC, Acatmar, Sindimóveis – SC e outras.

Mais diálogo
O presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, que foi presidente da Acif e empresário na cidade, é um dos incentivadores e fundadores do Movimento Floripa Sustentável, junto com o publicitário Roberto Costa e a conselheira do FloripAmanhã, Zena Becker. Segundo ele, essa iniciativa abre espaço para o diálogo porque a desunião de Florianópolis precisa ser substituída pela união e confiança.

— O professor Ignacy Sachs, diz que desenvolvimento sustentável é possível à medida que seja negociado, transparente, que as cartas estejam sobre a mesa. Não e o que temos em Florianópolis. A sociedade precisa se unir —recomenda Lummertz.

Reserva florestal
Na avaliação do presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, Florianópolis tem vários potenciais econômicos que podem avançar com a preservação do meio ambiente. Cita o fato de a Capital ter um dos três maiores parques naturais urbanos do Planeta, ao lado do Rio de Janeiro e Cidade do Cabo, na África do Sul. Para ele, além de preservar esse ecossistema, é preciso tornar isso um potencial turístico de parque ecológico organizado.

Precursoras
Entre as líderes do Movimento Floripa Sustentável estão as empresárias Zena Becker, hoje conselheira do Floripa Amanhã, e Anita Pires, presidente da organização. Conforme Zena, o objetivo é mudar essa visão de que em Florianópolis nada pode enquanto a economia está em dificuldades. É preciso planejamento, alerta ela. Na avaliação de Anita Pires, a crise econômica mostrou claramente as dificuldades que podem ser transformadas em oportunidades.

Na economia
Uma das entidades apoiadoras do Movimento Floripa Sustentável é a CDL da Capital. O presidente Lindomar Bison afirma que sustentabilidade não é apenas preservação da natureza, mas desenvolvimento econômico, social e urbano em harmonia. Para o empresário Fernando Marcondes de Mattos, esse movimento dá início a um processo de reversão das dificuldades econômicas da Capital. Cita os exemplos de Londres, Madri, Palma de Maiorca e Cingapura, cidades que se articularam e garantiram um salto na economia.