31 out Coalizão pelo social com tecnologia de dados
Da Coluna de Estela Benetti (DC, 30/10/2017)
Numa articulação pioneira no Brasil, foi lançada em Florianópolis durante o 5º Festival Social Good Brasil uma coalizão para resolver problemas sociais usando tecnologias exponenciais, especialmente grandes dados, o que se chama tecnicamente de Big Data. Empresas de ponta de TI no mundo apoiam esse laboratório que vai trabalhar por causas, explica a presidente voluntária do Social Good Brasil (SGB), Fernanda Bornhausen Sá. Segundo ela, as tecnologias permitem resolver em definitivo problemas que afetam a coletividade por muitas décadas.
O exemplo nacional referência abordado no evento que reuniu mil pessoas sexta e sábado na Acate Primavera é a Operação Serenata de Amor. Cientistas de dados de Porto Alegre conseguiram doações de R$ 80 mil e montaram robôs que, com cruzamento de dados, vigiam se os 540 deputados federais gastam corretamente a verba parlamentar. A startup que criaram, a Data Science Brigade, planeja ampliar atuação incluindo o Senado e câmaras de vereadores. Na Câmara, revelaram infrações de deputados como excesso de recursos para combustível e compra de bebida alcoólica.
Um exemplo internacional foi apresentado pelo empresário Andrew Means, da Uptake de Chicago, EUA. Ele decidiu usar dados para coibir o tráfico internacional de pessoas e os primeiros resultados positivos já aparecem.
O novo laboratório de Florianópolis conta com a parceria de gigantes internacionais como a SAP e a IBM, e também de empresas de SC como a Neoway e Resultados Digitais, mais a Data Science Brigade e a Exosphere. Uma executiva da SAP iniciou trabalho voluntário de um mês em Florianópolis para dar início as atividades.
– Com essa coalizão, vamos colocar Florianópolis no mapa mundial de uso de tecnologias para resolver problemas da sociedade – afirma Fernanda.
Foram sugeridos temas como trabalho infantil e saúde, mas não há definição ainda sobre isso, disse Fernanda. O SGB conseguiu formar uma rede com mais de 1 milhão de pessoas no país, mas as soluções para o social ainda não são escaláveis exponencialmente como no exterior, avalia ela. Com o laboratório, o plano é acelerar isso. Na foto, o empreendedor social Edgard Gouveia, que deu boas vindas ao público do festival.