Florianópolis tem a terceira cesta básica mais cara em pesquisa do DIEESE

Florianópolis tem a terceira cesta básica mais cara em pesquisa do DIEESE

Em agosto de 2017, a cesta de Florianópolis custou R$ 426,30, o que correspondeu a uma redução de -3,09% em relação a julho. Foi a terceira cesta mais cara entre as 21 calculadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Em 12 meses, a variação foi de -6,74% e, nos oito meses de 2017, de -6,06%.

Entre julho e agosto, apenas o café (4,9%), a farinha de trigo (2,01%) e o feijão (0,71%) apresentaram aumento nos preços. Os demais itens tiveram redução: o pão de trigo (-0,09%), a carne (-0,3%), o leite integral (-0,63%), o arroz (-0,92%), a manteiga (-1,02%), o açúcar (-1,26%), o óleo de soja (-2,27%), a banana (-9,38%), o tomate (-15,03) e a batata (-20,99).

Em 12 meses, oito produtos tiveram taxa acumulada negativa: batata (-56,85%), feijão (-27,37%), leite integral (-25,06%), tomate (-23,64%), banana (-10,9%), arroz (-6,65%), açúcar (-6,01%), farinha de trigo (-2,98%). Outros cinco produtos acumularam alta: pão de trigo (5,52%), carne bovina de primeira (5,53%), óleo de soja (8,24%), café em pó (16,93%) e manteiga (19,07%).

O trabalhador florianopolitano, cuja remuneração equivale ao salário mínimo, necessitou cumprir jornada de trabalho, em agosto, de 100 horas e 5 minutos, menor que a de julho, de 103 horas e 17 minutos. Em agosto de 2016, a jornada ficou em 114 horas e 17 minutos.

Em agosto de 2017, o custo da cesta em Florianópolis comprometeu 49,45% do salário mínimo líquido (após os descontos previdenciários). Em julho, o percentual exigido foi de 51,03%. Já em agosto de 2016, o comprometimento foi de 56,46% do salário mínimo.

Custo da cesta básica diminuiu na maior parte das capitais pesquisadas

Em agosto, o custo do conjunto de alimentos essenciais diminuiu em 21 das 24 cidades onde o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As quedas mais expressivas foram registradas em Campo Grande (-7,09%), Salvador (-7,05%), Natal (-6,15%) e Recife (-5,84%). Já as altas foram anotadas em Goiânia (0,04%), Maceió (0,91%) e Boa Vista (1,40%).

Porto Alegre foi a cidade com a cesta mais cara (R$ 445,76), seguida por São Paulo (R$ 431,66) e Florianópolis (R$ 426,30). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 332,10), Natal (R$ 336,12) e Recife (R$ 340,54).

Em 12 meses, o valor da cesta apresentou redução em todas as cidades pesquisadas. As taxas negativas variaram entre -19,46%, em Campo Grande, e -4,55%, em Aracaju.

Entre janeiro e agosto de 2017, o custo da cesta apresentou queda em 23 capitais, com destaque para Campo Grande (-12,98%), Cuiabá (-11,79%), Manaus (-9,39%) e Belém (-8,50%). A única alta acumulada foi registrada em Aracaju (1,19%).

Salário mínimo defasado

Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em agosto de 2017, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.744,83, ou 4,00 vezes o mínimo de R$ 937,00. Em julho de 2017, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 3.810,36, ou 4,07 vezes o mínimo vigente. Em agosto de 2016, o salário mínimo necessário foi de R$ 3.991,40, ou 4,54 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 880,00.

(economiasc, 05/09/2017)