09 ago O irritante sistema de sinaleiras de Florianópolis
Da Coluna de Carlos Damião (Notícias do Dia, 08/08/2017)
A falta de sincronia das sinaleiras de Florianópolis é motivo, mais uma vez, de protestos generalizados. Recebo com frequência provocações dos leitores, indignados com a “falta de inteligência” do sistema de semáforos, que prejudica demais a nossa já combalida mobilidade urbana. Há inúmeros casos, em diferentes pontos da cidade, mas o problema aparece com mais destaque numa das principais avenidas, a Beira-Mar Norte, em praticamente toda a sua extensão às vias secundárias, de acesso perpendicular.
Três exemplos: na sinaleira de fundos da Papparella, pela Travessa Abílio de Oliveira, esquina com a Rua Almirante Lamego. Quem vem da Beira-Mar vem no embalo, ou seja, quando vê o sinal verde para ingressar na Almirante Lamego vai direto. Ocorre que o outro lado da sinaleira, na Almirante Lamego, ainda está fechando (amarelo para vermelho) quando abre o verde no outro semáforo. Quem mora na região já se acostumou a olhar para a esquerda, para ver se não vem nenhum retardatário atravessando na rápida mudança de verde para amarelo e vermelho.
O segundo exemplo está na esquina da Beira-Mar com a Alves de Brito. O volume pesado de tráfego, com muitas conversões a partir da avenida em direção à Bocaiúa e, lá no alto, à Rua Victor Konder, provoca retenção nos horários de pico, porque a vazão é muito lenta e a sinaleira fecha de forma rápida. Assim, é comum se ver carros atravessados nas pistas ou parados na intersecção (entre as pistas principais).
O terceiro, também flagrante, ocorre na esquina da Praça Celso Ramos com a Avenida Beira-Mar. É a mesma questão da Alves de Brito: nos horários mais críticos há um grande volume de automóveis, ocasionando retenções para quem pretende alcançar a Rua Frei Caneca.
Tem mais, tanto na Ilha quanto no Continente. Não só de falta de sincronia, mas de sinaleiras piscando no amarelo, causando filas e representando perigo para quem dirige com segurança. Sem falar naquelas em que as cores estão desgastadas: o vermelho está alaranjado, o amarelo e o verde esbranquiçados.
Na gestão de Cesar Souza Júnior (2013-2017), do PSD, circularam inúmeras promessas de solução para a implantação de um sistema mais moderno (ou, pelo menos, a reformulação do atual). Mas o que ocorreu sabemos bem: sobraram faturas atrasadas da empresa que faz a manutenção, negociadas pela atual administração. Sete meses depois que Gean Loureiro (PMDB) assumiu a prefeitura, não vemos nenhuma atenção ao problema que afeta a grande maioria dos motoristas que circulam pelas ruas da Capital.