Comissão investiga desmatamento em bosque da Casa d’Agronômica

Comissão investiga desmatamento em bosque da Casa d’Agronômica

A Comissão de Finanças e Tributação da Assembleia vai solicitar que órgãos da administração pública estadual e de proteção ambiental apurem a derrubada da mata localizada em área anexa à Casa d’Agronômica, residência oficial do governador do Estado.

A decisão decorre de uma inspeção realizada por membros do colegiado ao local na manhã desta quarta-feira (30), na qual foi constatada a derrubada de dezenas de árvores.

Os ofícios com o pedido de investigação serão enviados à Secretaria de Estado da Administração, à Fundação do Meio Ambiente (Fatma), à Fundação Municipal de Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), ao Ministério Público estadual e à Polícia Ambiental.

Nova sede do BRDE
De acordo com o deputado Marcos Vieira (PSDB), que preside a comissão, um acordo realizado pelo governo do Estado em 2009 para a construção da subestação da Celesc previa que a área, coberta com mata nativa, permanecesse indefinidamente preservada.

O parlamentar, entretanto, acredita que a derrubada das árvores esteja sendo feita para liberar a área, que seria posteriormente doada pelo governo para construção da nova sede administrativa do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), conforme consta no objeto do projeto de lei (PL) 77/2017, enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa. “Fiz questão de adentrar ao terreno e pude verificar, sem nenhuma dúvida, que houve o desmate de dezenas e dezenas de árvores com o intuito único de fazer com que, num futuro próximo, possa ser construído no local uma edificação para beneficiar o BRDE.”

Opinião semelhante foi emitida pela deputada Luciane Carminatti (PT), que foi autora do requerimento para a realização da inspeção. “É visível que houve corte de árvores e com o uso de equipamentos como motosserras, o que nos causa surpresa, pois fica bem ao lado da casa do governador. Será que estão antecipando esse processo de limpeza do terreno sem que o Parlamento nem ao menos tenha apreciado essa matéria [PL 77/2017]. É muito estranho o que está acontecendo aqui.”

Juntamente com os pedidos de investigação, os parlamentares pretendem enviar um relatório com as constatações feitas na área.

(Alesc, 30/08/2017)