Após reforma, Terminal Rita Maria, em Florianópolis, continua mal iluminado e subutilizado

Após reforma, Terminal Rita Maria, em Florianópolis, continua mal iluminado e subutilizado

Quem viveu a Florianópolis dos anos 1980 e 1990, quando o advento dos shoppings ainda era novidade na região, certamente vestiu alguma peça de roupa vinda da Central da Moda, que ficava no segundo piso do Terminal Rodoviário Rita Maria. Aliás, o local era muito frequentado na cidade. Era ali que o Papai Noel chegava todos os anos, que escolas da região iam para assistir apresentações de danças, ou o festival da Primavera. Muito antes, no século 18, os marítimos que aportaram ali, na época da chamada de Praia da Feira, possivelmente foram servidos pela própria Rita, conhecedora dos segredos dos chás, das rezas e benzeduras. Atualmente, o terminal que ainda é a porta de entrada da cidade para muita gente —que no nome homenageia a mulher negra descendente de escravos que viveu naquele local— está mais próximo de um castelo abandonado.

A reforma recente do único terminal rodoviário ainda administrado pelo Estado em Santa Catarina, inaugurada em julho deste ano pelo governador Raimundo Colombo (PSD) ao custo de R$ 12,9 milhões, não deu conta de devolver ao equipamento público a mesma identidade que ele tinha com a cidade em 7 de setembro de 1981, quando foi inaugurado com um show da Fafa de Belém e um bolo gigante oferecido à população.

“Quem se lembra de como era isso aqui, bate até uma tristeza. Era o shopping da cidade”, conta um dos poucos comerciantes que ainda restam no terminal apontando mais da metade das lâmpadas, ou bocais onde deveriam ter lâmpadas, sem iluminação. Na área de desembarque, por exemplo, das quatro lâmpadas apenas duas funcionam. O trajeto entre o embarque e desembarque depois das 22h pode ser um desafio enorme para uma pessoa de baixa visão.

(Leia matéria na íntegra em Notícias do Dia, 28/08/2017)

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