Vereador propõe taxar Casan por utilização de água da Lagoa do Peri

Vereador propõe taxar Casan por utilização de água da Lagoa do Peri

Numa iniciativa arrojada, que mira uma das mais poderosas e controversas estatais catarinenses, o ex-intendente do Campeche e atual vereador em segunda legislatura Vanderlei Farias, o Lela, gestiona na Câmara Municipal a taxação da Casan (Companhia de Àguas e Saneamento de SC) pela exploração das águas do manancial da Lagoa do Peri, no Sul da Ilha, Requerimento protocolado pelo vereador do PDT pleiteando a realização de audiência pública na Comissão do Meio Ambiente foi recentemente aprovado pelo plenário da casa legislativa.

Lela ressalta que o objetivo da proposição é estipular uma espécie de contrapartida da empresa aos lucros obtidos com a exploração da água da lagoa, para destinação à conservação do próprio Parque Municipal da Lagoa do Peri, que abriga o manancial, e seu entorno. “É uma vergonha que hoje não se tenha recursos sequer para combater a exploração irregular de palmito que acontece na área do parque”, exemplifica.

O vereador defende que parte dos dividendos da exploração do recurso, definido com base em lei federal, seja empregado na fiscalização e manutenção do parque, e dos rios que cortam a área, Sangradouro e Quincas, que enfrentam problemas crônicos de assoreamento e poluição. Durante a desastrosa ressaca que abalou a região em 2010, chegou a se temer a contaminação das águas da Lagoa do Peri pela correnteza do Sangradouro.

“Qualquer exploração de jazida mineral é taxada; nada mais justo do que se pagar pelo direito à exploração de um recurso natural”, ponderou. Para ele, em última análise, a própria companhia seria beneficiada pelo resguardo do manancial. A Casan fatura hoje mensalmente, conforme estimativas do vereador, cerca de R$ 3 milhões com a comercialização do insumo oriundo da lagoa, através de cerca de 20 mil ligações, que atendem mais de 70 mil moradores em toda Costa Leste-Sul da Ilha, até a Barra da Lagoa.

(Jornal do Campeche, 03/05/2017)