21 jul PMF implanta horta em mutirão na Tapera para ajudar economia familiar
A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap, organiza mutirão de implantação de horta sintrópica, com sistema de compostagem, na Rua das Areias, em frente ao Centro de Saúde da Tapera, neste sábado (22), a partir das 8h.
De acordo com o assessor técnico da Comcap Zenilto Custódio da Silva, serão plantadas 2.350 mudas de hortaliças, além de temperos e plantas medicinais, em sete canteiros distribuídos numa área de 100 metros quadrados. A Comcap fornece cepilho (restos de poda triturados) e composto orgânico produzidos no Centro de Valorização de Resíduos (CVR), no Itacorubi para a nova horta que será mantida pela comunidade.
“A horta da Tapera difere de todas as demais que já existem na cidade pela função social do cultivo e pelo modelo inovador de composteira em tubo de concreto que será testado lá”, aponta Zenilto.
A implantação da horta na Tapera foi articulada pela Prefeitura de Florianópolis com representantes dos catadores de berbigão como forma de ajudar na economia das famílias. Além de destinar melhor os resíduos orgânicos, reduzindo vetores de doença, a comunidade terá acesso a hortaliças de melhor qualidade e sem custos. “As hortas comunitárias promovem a saúde, ao evitar doenças e proporcionar alimentação saudável”, aponta o assessor.
A ação tem suporte da Secretaria Municipal de Saúde e da Superintendência da Pesca, Maricultura e Agricultura.
De acordo com Francisca Daussy, da Secretaria de Saúde, as práticas de agricultura urbana em Florianópolis têm contribuído para melhorar as condições nutricionais e de saúde, de lazer, de saneamento, para valorização da cultura e interação comunitária, para educação e cuidado com o ambiente. Sabrina Vilma Cândido, gerente de Agricultura, acrescenta que essas práticas comunitárias contribuem também para a função social do uso do solo, a geração de emprego e renda, para o agroecoturismo, a melhoria urbanística e a sustentabilidade.
Gestão estratégica
A implantação de horta e compostagem é uma ação estratégica para a Comcap, na medida em que estimula e fortalece a destinação correta e descentralizada dos resíduos orgânicos. “Com a simples atitude de separar os restos de alimentos, o cidadão colabora com o ambiente e ajuda a reduzir custos públicos”, incentiva o presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins.
Por meio da gestão adequada dos resíduos orgânicos também pode-se estimular as práticas alimentares e hábitos de vida saudáveis e manter terrenos limpos e livres de agentes patogênicos ou vetores de doenças.
Composteira piloto
Há menos de três meses, a engenheira sanitarista da Comcap Flávia Guimarães Orofino e o assessor Zenilto idealizaram um modelo inovador de composteira, em tubo de concreto, que será testado na horta da Tapera.
“O método de compostagem é o Ufsc, mas vamos testar uma nova composteira, mais vedada, que permita maior controle sobre os dois maiores riscos do processo: os vetores e os odores”, informa Zenilto.
Riqueza do orgânico
Pela caracterização dos resíduos sólidos domiciliares gerados em Florianópolis:
35% são orgânicos (24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas, restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública)
43% são recicláveis secos (embalagens de plástico, papel, metal e vidro)
22% são rejeitos (lixo sanitário e outros materiais que não podem ser recuperados).
Então, calcula a engenheira Flávia, das 183 mil toneladas recolhidas por ano pela coleta convencional da Comcap, 65 mil toneladas são resíduos orgânicos que, separados na fonte geradora, poderiam ser desviadas do aterro sanitário.
Ao custo de R$ 148,27 para transportar e aterrar esse resíduo, se o usuário do sistema de coleta adotasse as práticas de separar e reciclar o orgânico, a economia para o município poderia ser de até R$ 9,5 milhões ao ano, sem contar ganhos ambientais e sociais.
(PMF, 20/07/2017)