03 jul Comunidade do Monte Serrat recebe projeto que revitalizou e deu mais cor ao bairro
A timidez da estudante Julia Daniella, 12, ficou de lado na manhã deste sábado (1). Moradora do Monte Serrat, no maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis, ela foi uma das responsáveis por registrar os trabalhos de revitalização de alguns espaços da comunidade, como parte do projeto social Monte Serrat Cor. A ação, lançada pela WOA Empreendimentos Imobiliários com os parceiros IVG, COMCAP, FLORAM e Conselho Comunitário do Monte Serrat, reuniu mais de 100 voluntários. Com o apoio do professor da oficina de mídias da escola, o cineasta cubano Yasser Socarrás, Julia percorreu a área em busca dos melhores cliques dos recém-renovados espaços. “Tirar fotos é muito legal e ajuda a registrar momentos felizes como esse, mas foi difícil fazer isso na frente das pessoas”, conta. “Ela é bem tímida e hoje encontrou uma forma de se soltar”, revela o professor.
Enquanto Julia e outros dois colegas desempenhavam as suas funções, grande parte dos voluntários se empenhava em pintar a fachada e as laterais da igreja Nossa Senhora do Monte Serrat. Desde as 8h no local, eles foram recebidos com um café da manhã e vieram de diversos bairros de Florianópolis, além de municípios como Biguaçu, Paulo Lopes e Garopaba. A missão que receberam foi revitalizar o monumento da caixa d’água, construído em 1909, e pintar parte da paróquia, da central de oportunidades, do centro de voluntariado e da casa do padre, que abriga voluntários em ações sociais. No total, foram utilizados quase 400 litros de tinta. Além de realizarem a limpeza do terreno da caixa e a coleta de lixo e entulhos pesados, a equipe também fez a implantação de locais para a coleta seletiva de lixo na comunidade.
O projeto social foi inspirado no Mocotó Cor, que surgiu em 2014 no Morro do Mocotó e está em sua 9ª edição. Por meio de ações sociais, tem como objetivo ajudar a mudar a realidade de comunidades vulneráveis de Florianópolis. No Monte Serrat, a iniciativa de revitalização do terreno da caixa d’água é liderada pelo movimento Traços Urbanos, um grupo transdisciplinar coordenado pelos arquitetos Giovani Bonetti e Silvia Lenzi.
Próximo à escadaria da paróquia, Joaquin D’Agostini, 7, colocava em prática o que aprendeu nas aulas de artes. Seguindo as orientações do pai, José D’Agostini Neto, ele se empenhava em pintar de azul parte de um muro. “Conhecemos o padre Vilson Groh e viemos de Joaçaba para ajudar”, diz José, que não conhecia a comunidade até então.
Do outro lado da rua geral do Monte Serrat, a aposentada Theresa Carlota Oliveira, 75, via parte do monumento da caixa d’água ganhar vida nova. A paulistana, que está há 37 anos na Capital, mora no Centro e conta que já pintou a própria casa e contribuiu com a pintura da morada dos vizinhos. “Gosto de participar de atividades do tipo e exercer a minha cidadania”, afirma. Voluntária na associação FloripAmanhã, ela atribui à mãe as lições de altruísmo.
Leia na integra em Notícias do Dia Florianópolis, 01/07/2017.