31 jul Engenho de farinha no Norte da Ilha, em Florianópolis, resiste ao tempo
Em meio a casas modernosas, asfalto, tráfego intenso e até uma ou outra família com chaleira e cuia de chimarrão na varanda, persiste, no bairro de Ponta das Canas, um engenho que produz farinha de mandioca nos moldes das antigas fabriquetas do interior da Ilha de Santa Catarina.
Se na tração os bois foram substituídos por motores elétricos, o processo de produção segue a cartilha dos velhos nativos que cultivavam aipim, milho, feijão e cana nas encostas dos morros. Pouco mudou nas práticas de descascar a mandioca, moer, cevar, secar e prensar a massa, peneirar a farinha e cozinhá-la antes da etapa final, que consiste em ensacá-la para a venda. Localizado numa servidão junto à estrada que leva à praia Brava, no Norte da Ilha, o engenho de Domingos Norberto Coelho, 71 anos, está ali há cerca de três décadas e resultou do desmonte de um equipamento similar desativado na redondeza.
Hoje a colheita e o beneficiamento da mandioca se esgotam no mês de julho, rendendo em torno de 25 sacos de 45 quilos cada um. “Vendo tudo para as pessoas que vêm aqui procurar a farinha”, diz Domingos, que nem sempre consegue atender a todas as encomendas. Aposentado como pescador e vigia, ele não depende propriamente do engenho para sobreviver, mas não pensa em largar uma atividade que exercita desde a infância.
(Leia na íntegra em Notícias do Dia, 29/07/2017)