29 mar Turistas ficaram mais tempo, mas gastaram menos no verão em SC
Os turistas que visitaram Santa Catarina na temporada de verão 2017 gastaram menos, ficaram mais tempo no estado e optaram por ficar mais na casa de parentes, com relação a temporada passada. Os dados são de pesquisa da Fecomércio, divulgada na segunda-feira (28). No comércio, o faturamento caiu 14% no período.
A enquete foi feita com 1.983 turistas, além de empresários de 13 setores do comércio e serviços. Os cinco principais destinos catarinenses avaliados foram Florianópolis, Balneário Camboriú, Imbituba, Laguna e São Francisco do Sul. A pesquisa ocorre desde 2011.
O tempo de permanência subiu para 13,6 dias na última temporada para 27,7 dias neste verão.
Quase a metade dos turistas é composta pelas faixas etárias de 31 a 40 anos e de 41 a 50 anos. Eles são na maioria famílias, 60,7%, e casais, 21,8%. A maioria dos visitantes é mulher, 60,6%.
Dos que vieram, 93,6% dos turistas pretendem voltar. Com isso, de uma nota de 0 a 5, os turistas deram a pontuação de 4,49 pela experiência de conhecer Santa Catarina, pela fuga da rotina diária, beleza da cidade e diversão.
Turistas catarinense são maioria
Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos turistas são residentes de Santa Catarina, 28,6%. Nos últimos cinco anos, apenas em 2014 a média de catarinenses percorrendo destinos do estado foi maior, 30,7%.
Depois de Santa Catarina, os gaúchos representam o segundo maior público do estado, de 27,9%, e em terceiro lugar os paranaenses, com 18,9%. Os argentinos, conhecidos por terem lotado a temporada passada com 18,1% do público, diminuíram para 10,7%.
Aumento da classe D
Entre 2016 e 2017, houve queda nos turistas A. Eles passaram de 7% para 6%. Já a classe D apresentou o aumento mais significativo proporcionalmente, de 7% para 13%. A classe E também cresceu para 3%, quando na temporada passada representava apenas 1%.
A maior parte do público é classe C, com 55%. De acordo com a pesquisa, a média de consumo foi de cerca de R$ 3 mil durante o período no estado. Com isso, foram R$ 2306,92 hospedagem e R$ 1049,18 alimentação. Na temporada passada, foram gastos R$ 2651,07 com hospedagem e R$ 974,96 com alimentação.
Na casa de parentes, por mais tempo
Em Florianópolis, a opção para baratear as férias foi a hospedagem na casa de amigos ou família, escolha da maioria das pessoas, com 34,2%. No estado como um todo, essa foi a opção que mais cresceu proporcionalmente de 18,5% para 22,3%.
A opção mais escolhida em Santa Catarina como um todo foi hospedagem em hotéis e pousada, com 30,5%, e em casas alugadas, com 29,3%. Entretanto, em 2016 houve diminuição nos dois quesitos.
Diminuição de turismo por infraestrutura
No comércio,mais da metade considera que o movimento foi abaixo do esperado, já que em 2016 foi o melhor da última década. O faturamento caiu 14% no período. Problemas com mobilidade, falta de água e luz estão entre as principais reclamações dos turistas.
A retração econômica brasileira também está entre os fatores apontado pela Fecomércio para a diminuição do público. Entre os latinoamericanos, a desvalorização do dólar com relação ao real pode ter impactado o poder de compra.
O Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares também aponta a falta de atrativos como motivação para a diminuição do turista, sem novos atrativos nos últimos 10 anos.
(G1 Santa Catarina, 28/03/2017)