07 fev Começa o resgate de plantas e animais nas obras do contorno viário, em Biguaçu
Quando sai de casa para trabalhar a bióloga Daniela Bussmann sabe que não encontrará nenhum tipo de rotina. Ela é a chefe de uma equipe de dez pessoas, que responde pelo resgate de plantas e animais na área onde está sendo construído o Contorno Viário de Florianópolis. Não esconde de ninguém o orgulho nem a sensação de dever cumprido ao garantir o replantio das espécies encontradas ou a soltura de algum animal nas áreas de mata que permanecerão depois da obra. Já manteve serviços paralisados enquanto ovos das aves da região não eclodiam nos ninhos.
O Contorno de Florianópolis é uma das maiores obras de engenharia em andamento no País, com 50 quilômetros de pista dupla entre Biguaçu e Palhoça, passando pela cidade de São José. Uma nova frente de trabalho foi aberta este mês, em Biguaçu, e a equipe de resgate de fauna e flora é quem vai na frente das máquinas, procurando principalmente por espécies que possam estar ameaçadas de extinção. Entre os animais, segundo Daniela, o maior volume é de aves. Mas já foram encontrados roedores e cobras peçonhentas como a jararacuçu. A presença dela exige da equipe o uso de botas e aparatos anti cobra, em todas as incursões pela mata.
“É muito gratificante e os resultados tem sido significativos. Estamos trabalhando para replantar bem mais do que a empresa recebeu autorização para remover e contribuindo com a preservação de espécies ameaçadas”, avalia. Parte do que é encontrado é replantado em áreas remanescentes de mata ou transformado em muda para ser cedida para o replantio em áreas como os barrancos dos rios da região, na recomposição da mata ciliar.
Palmito Juçara recebe atenção especial
Uma das espécies que mais tem recebido atenção da equipe da Autopista Litoral Sul é o Palmito Juçara (Euterpe edulis). Alvo de traficantes, que o vendem como iguaria para ser consumida na região, ele está ameaçado de extinção. Daniela já encontrou indícios do chamado roubo de palmito, especialmente em áreas mais próximas das cidades. “Nas áreas mais distantes não encontramos indícios do corte ilegal do palmito, mas nas mais próximas das cidades havia muitos talos cortados”, continua.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 09/02/2017.