19 set Unidade de preservação no Sul da Ilha, em Florianópolis, poderá ter área ampliada
O Conselho Consultivo do Parque Municipal da Lagoa do Peri pretende concluir em duas semanas a minuta do projeto de lei para recategorização da unidade de conservação ambiental do Sul da Ilha. A proposta, que depois será encaminhada à Câmara de Vereadores, prevê a ampliação dos limites dos atuais 1.989 para 4.452 hectares e a transformação da área em monumento natural, com uso sustentável pelas comunidades tradicionais remanescentes.
Esta é a principal mudança em andamento. O chefe da divisão de implantação e manejo das unidades de conservação, da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis), Mauro Manoel da Costa, 49, explica que a recategorização da unidade permitirá a preservação ambiental, sem a necessidade de desapropriação dos atuais proprietários. São poucos moradores, menos de uma centena, espalhados pelas comunidades do Sertão do Ribeirão [antigo Barreiro, na encosta] e Porto do Contrato [na planície da restinga]. Quem vive da terra, por exemplo, aprendeu a plantar sem o uso de agrotóxicos, e hoje também abre mão das queimadas, as coivaras, para abertura de roças na encosta.
“O novo conceito em implantação na comunidade está baseado na agricultura ecológica e no turismo sustentável, sem interferências nos costumes tradicionais e na natureza”, acrescenta a diretora de gestão ambiental da Floram, Carolina Amorin, 37. O objetivo, diz a engenheira agrônoma, é readequar a área municipal à legislação federal, por meio do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação]. A proposta do conselho prevê, também, a ampliação do território protegido. Caso seja aprovada na Câmara a nova delimitação, serão incluídas as atuais APPs (Áreas de Preservação Permanente) da “testa do Macaco”, no morro do Ribeirão – o mais alto da Ilha, com 523 metros – até a Caieira da Barra do Sul e a encosta de Naufragados.
Cultura é produto especial
São 37 famílias fixas, contadas nos dedos pela presidente da Associação dos Moradores do Sertão do Ribeirão, Almerinda Scotti de Souza, 60. Professora da rede pública estadual, ela chegou em 1981, mesmo ano da criação do parque, para lecionar na escolinha multisseriada, fechada há uma década. Crianças em idade escolar hoje saem para estudar no Ribeirão da Ilha ou na Armação do Pântano do Sul.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 17/09/2016.