Proibição de animais de estimação no Jardim Botânico gera polêmica

Proibição de animais de estimação no Jardim Botânico gera polêmica

A proibição de animais de estimação no Parque Jardim Botânico de Florianópolis gerou polêmica nas redes sociais e até um abaixo-assinado virtual foi organizado para que a administração do parque altere a norma.

O espaço, que fica no bairro Itacorubi e abriu para visitação no sábado (24), tem 19 hectares e ainda passa por ajustes. A área de pista de caminhada, parque infantil, academia ao ar livre, quadras, redário, espaços para exposições e horta modelo foram abertas para visitação.

A administração do parque explicou que a proibição dos pets no local se baseia em uma lei municipal de 2001 que impede a permanência e o trânsito de animais em locais de livre acesso ao público. No caso do Parque Jardim Botânico de Florianópolis, a proibição é justificada por uma orientação da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).

“Todos nós somos sensíveis à necessidade de mais espaços pets, só que a gente tem que diferenciar parques e praças urbanas, que são espaços e estruturas de recreação, de convivência de áreas protegidas, que têm uma finalidade exclusivamente de conservação da natureza. Quando se permite a entrada de animais domésticos, acaba-se inibindo e interferindo na dinâmica da fauna silvestre do espaço”, explicou Gilberto Napoleão, engenheiro ambiental da Floram.

Unidade de conservação

Conforme a Floram, além dos animais silvestres, o Jardim Botânico faz limite com outra unidade de conservação que também é uma área protegida.

“Para exemplificar a importância dessa fauna silvestre, no Córrego Grande há saracuras, araquãs, que ficam transitando livremente no espaço. Elas são responsáveis pela regeneração do ambiente e este é um atributo natural importantíssimo”, complementou Napoleão.

O engenheiro ponderou ainda que o espaço não está concluído e há um projeto para a entrada do jardim, um recuo do portão, que pode contemplar os animais de estimação. “Lá, haverá um bolsão de retorno para facilitar o trânsito e nessas áreas pode se pensar em algo neste sentido, o assunto será debatido em um grupo de trabalho, queremos solucionar o problema”, finalizou.

Antigo lixão

Entre 1958 e 1989, a área onde está sendo estruturado o Jardim Botânico foi usada como um lixão. Em 1997, começaram a ser levantadas ideias para a criação de uma unidade ambiental no local. Em 2000, a área do lixão passou por recuperação paisagística e em 2005 foi formalizada a proposta do parque.

(G1 Santa Catarina, 28/09/2016)