26 set Especialista fala sobre dificuldades na exploração do potencial marítimo em Florianópolis
(Por Rafael Martini – Diário Catarinense 24/09/16)
Afinal, o que impede Florianópolis de explorar todo o seu potencial marítimo com marinas e píers?
Falta de vontade política traduzida em ações efetivas (Ernesto São Thiago – Advogado Especialista em Direito da Orla) . Não vale como desculpa a burocracia, a falta de recursos, os “do contra” e muito menos a falta de gente capacitada para bons projetos, pois temos excelentes profissionais aqui mesmo. O que falta é um gestor público municipal que chame para si a responsabilidade, identifique as necessidades, trace um plano de ação realmente técnico e, finalmente, o execute com firmeza de propósito. Mas é fundamental o balizamento náutico. Assim como os parques aquícolas já estão demarcados em nossas baías através do PLDM, é preciso demarcar também os territórios pesqueiros tradicionais e os canais de navegação, harmonizando todos os usos e prevenindo conflitos. O prejuízo é muito grande quando uma lancha passa sobre uma rede e proporcionalmente maior para o sofrido pescador artesanal.
E a sobrevivência por meio da pesca artesanal está fadada à extinção?
Para evitar isto surgiu um movimento espontâneo batizado de Grupo Repesca – Rede dos Pescadores Profissionais Artesanais da Grande Florianópolis, formado por várias lideranças das praias da Ilha de Santa Catarina e do Continente, que opera via redes sociais e e reuniões mensais. A complicada legislação é produzida sem respeito à realidade da pesca e por vezes é inaplicável. Até numeroso abaixo-assinado já fizeram contra uma portaria. Há muito esperança, especialmente após constatarem que realmente a união faz a força e gera resultados, como é o caso do trapiche da praia do João Paulo, que está para ter suas obras licitadas. Muitos jovens gostariam de manter a tradição da pesca artesanal, mas é preciso dar-lhes condição, com mais infraestrutura, normas razoáveis e combate eficaz à poluição do mar.