10 ago Vendas na maricultura caíram 5% em 2015, aponta estudo da Epagri
A venda de moluscos (mexilhões, ostras e vieiras) cultivados em Santa Catarina em 2015 foi de 20.438 toneladas. Uma queda de 5,18% em relação ao ano anterior, quando 21.554 toneladas foram comercializadas. No mesmo período, houve redução de 6,23% no número de produtores legalizados, de 610 para 572, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira (9) pelo Cepad (Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca) da Epagri/SC (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina). Apesar de considerar precoce qualquer estimativa para a safra atual, a tendência é de queda também em 2016.
Um dos responsáveis pela síntese anual da maricultura no estado, o engenheiro agrônomo Alex Alves dos Santos, 54, reconhece que o longo período de maré vermelha, entre maio e junho deste ano, poderá trazer impactos negativos ao setor. “O período de interdição foi longo demais, houve repercussão negativa na mídia nacional. E sempre que isso ocorre é preciso tempo para o consumidor readquirir confiança”, disse.
A expectativa de Alves é que o setor recupere os índices normais de venda em três meses, pelo menos. A chegada de turistas e a Fenaostra (Feira Nacional da Ostra), em outubro, são fatores que, segundo o agrônomo, podem contribuir para recuperação econômica do setor.
Os motivos para a queda no consumo em 2015 são muitos, a começar pela crise da economia nacional, aponta a síntese da Epagri. Outro aspecto detectado é a redução da informalidade e exigência do selo do Serviço de Inspeção (Municipal, Estadual ou Federal), que obriga produtores a praticarem o comércio legal, seja para atravessadores, restaurantes ou consumidores.
O estudo assinado por Alex Alves dos Santos em parceria com oceanógrafo Sérgio Winckler da Costa apontou também o processo de legalização da atividade, com ordenamento dos parques aquícolas municipais e a migração de produtores para novas áreas de cultivo. “Processo que apresentou dificuldades relativas a conflitos com pescadores e moradores, roubo de boias sinalizadoras e falta de fiscalização”, afirmaram.
Eles concluíram que a aplicação de “legislação inadequada ao consumo de organismo vivo onera os custos de produção de ostras e enfraquece a comercialização”.
Leia na integra em Notícias do Dia Online., 08/08/2016.