Só piora a mobilidade urbana na Grande Florianópolis

Só piora a mobilidade urbana na Grande Florianópolis

Vejam só estes números. Segundo o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus), 48% do total de viagens são realizadas por automóvel na região metropolitana. Nos horários de pico, os veículos individuais ocupam 90% da capacidade das pontes que ligam a Ilha e o Continente, transportando cerca de 11 mil pessoas, enquanto os ônibus representam apenas 3% dos veículos e ocupam 1% da capacidade da via para transportar aproximadamente o mesmo número de pessoas: 10 mil passageiros. Impossível, mesmo, esta equação fechar com algum equilíbrio.

Como mudar esta situação é a pergunta que todo mundo se faz. Não é fácil, essa é a única certeza que todo mundo tem. Mas parece óbvio que a saída é priorizar o transporte coletivo. É evidente que onde tem transporte público de qualidade _ basta olhar o exemplo de vários outros países _ as pessoas deixam o carro em casa com o maior prazer. Quem gosta de ficar horas dirigindo em um congestionamento? Mas essa palavrinha (qualidade) é o nosso calcanhar de Aquiles. Estamos anos-luz de distância de um bom serviço de transporte público, e digo isso sem medo de cometer injustiça. O que venho notando _ e com certeza o leitor também _ é que a situação do trânsito na Grande Florianópolis piora dia após dia e que estamos à beira de um colapso.

Um exemplo: Até o ano passado as filas para entrar na Ilha começavam por volta das 7h e iam até às 9h, 9h30, no máximo. Hoje, quem tem compromisso no Centro às 10h, precisa estar nas proximidades da ponte com no mínimo uma hora de antecedência. O ¿fim da tarde¿ na Capital, agora, inicia por volta das 16h, quando já começam as filas no sentido inverso, para sair da cidade. E prossegue naquela maldita lentidão que todos nós conhecemos até por volta das 20h. É muito tempo perdido.

Também ajudaria muito a construção de mais uma ponte, porque é muito tráfego para apenas as travessias atuais darem conta. Não é um problema apenas da Capital, mas de toda a Região Metropolitana, que acaba se tornando uma coisa só. Muita gente circula entre os municípios da Grande Florianópolis todos os dias, e espera por uma solução. Fala-se nestes problemas há anos. As discussões e planos são intermináveis, mas de concreto, mesmo, o que está sendo feito para melhorar a mobilidade urbana e a vida dos cidadãos? Se alguém souber, me responda, por favor.

(Por Viviane Bevilacqua,  Diário Catarinense, 27/06/2016)