Fiscalização do ICMbio preserva estoque de tainhas em estuário do Norte da Ilha, em Florianópolis

Fiscalização do ICMbio preserva estoque de tainhas em estuário do Norte da Ilha, em Florianópolis

Enquanto na orla marítima os pescadores artesanais monitoram a passagem dos primeiros cardumes provenientes da bacia do Prata, no Uruguai, ou da Lagoa dos Patos/RS, na Ilha a fiscalização do ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade) é intensificada no interior e áreas do entorno da Estação Ecológica de Carijós, principal estuário da baía Norte. A operação é concentrada nos rios Ratones, Papaquara e Veríssimo e na enseada entre a Barra de Sambaqui e o Pontal da Daniela, em Jurerê. A intenção, segundo o oceanógrafo e analista ambiental Sílvio de Souza, 39, é permitir a entrada de tainhas para a preservação dos estoques da espécie.

“Estamos fazendo como fizemos nos anos anteriores. Trabalhamos continuamente como estratégia fundamental para recuperação dos cardumes de tainhas e paratis que se depois da desova no mar se desenvolvem nos manguezais da região”, diz. Apesar das cercas e das placas sinalização a proibição, são comuns as infrações ambientais por pesca no interior da unidade de conservação – à esquerda da SC 402, no sentido Centro/praia.

Na maioria das vezes os infratores são moradores da região e reincidentes. Neste caso, está prevista autuação nos artigos 35 e 93 do Decreto 6.514/2008 – pescar em local proibido, no interior de unidade de conservação de proteção integral, com multa mínima de R$ 1.400 e apreensão de canoa e tarrafas.

Outra prática comum é a utilização de redes fixas, as “feiticeiras”, esticadas entre as margens na região da foz do rio Ratones e área da Estação Ecológica de Carijós. Segundo Silvio Souza, a temporada da tainha aumenta a demanda de pescadores na área de Carijós e entorno, e altera a rotina de fiscalização.

Nos dois últimos anos, a fiscalização do ICMBio em Carijós resultou na apreensão de quase 20 embarcações e 15 quilômetros de rede, o suficiente pra fechar duas vezes o canal de entrada da baía norte entre os fortes de Anhatomirim e Ponta Grossa. A fiscalização constante, segundo o oceanógrafo, permite a entrada de cardumes ao rio Ratones, auxiliando na recuperação dos estoques pesqueiros.

Na Lagoa, pesca o ano todo

Sem fiscalização, na Lagoa da Conceição a pesca ocorre durante o ano todo. Maior estuário da Ilha, o ecossistema local é semelhante ao bioma típico da Lagoa dos Patos, no litoral do Rio Grande do Sul, de onde, teoricamente, vem parte das tainhas pescadas e consumidas em Santa Catarina.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 12/05/2016