17 maio Diretor executivo do Sapiens Parque fala sobre a previsão de R$ 200 milhões de investimentos
“A indústria de tecnologia local hoje responde por cerca de 20% do PIB da Capital, com mais ou menos 15 mil empregos em cerca de 600 empresas. O grande desafio é conseguirmos gerar empresas que tenham marca e referência internacional, o que chamamos de empresas classe mundial. O investimento total do parque é da ordem de R$ 200 milhões e até agora foram investidos mais ou menos R$ 40 milhões.”
(José Eduardo Fiates)
Como a área de tecnologia começou a se desenvolver na Grande Florianópolis?
O Sapiens Parque é uma etapa do processo de desenvolvimento da região da Grande Florianópolis na área de tecnologia. Esse processo começou com a criação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e com os cursos de engenharia. Até então, a gente não tinha uma atividade econômica em indústria mais avançada na região. Isso resultou, no início da década de 80, na retenção de engenheiros, sendo que alguns começaram a criar startups na área de tecnologia.
E como surgiu a ideia de criar um parque tecnológico?
Em 1986, a Certi (FundaçãoCentros de Referência em Tecnologias Inovadoras) propôs a criação de uma incubadora de empresas, enquanto a Acate sugeriu um condomínio empresarial, para empresas já existentes. As duas operaram juntas em um prédio na rua Lauro Linhares por oito anos. Foi a primeira incubadora do Brasil e o primeiro condomínio empresarial dessa natureza. Em 1990, essa estratégia começou a tomar forma política, o que foi chamado de Tecnópolis (Programa de Desenvolvimento Tecnológico da Grande Florianópolis) e que resultou na criação do primeiro parque tecnológico em 1993, que é o parque Tec Alfa, no início da SC-401. Lá foi instalado o prédio novo da então incubadora, que hoje se chama Celta, onde temos mais ou menos três mil pessoas trabalhando.
Mas o que é, exatamente, o parque? Como surgiu o Sapiens?
O parque é um espaço onde se instalam empresas, institutos de pesquisa, para promover um desenvolvimento acelerado por meio da proximidade de interação entre esses atores. Primeiro foi esse parque, que tem 13 lotes, e depois, no início dos anos 2000, já se fazia necessário planejar uma nova etapa. Então houve um trabalho de pesquisa muito forte da Certi, com o envolvimento de mais ou menos 300 projetos, com a proposta de estabelecer o que foi classificado como um parque de inovação. Ou seja, um espaço novo, mas onde não estejam só empresas de tecnologia, mas também de serviços, que dão suporte a essas empresas de tecnologia; de governo, com características inovadoras; e o setor de turismo, com a ideia de estimular o turismo na área de conhecimento. Esse projeto então é colocar turismo, serviço, governo e tecnologia juntos.
Como é o Sapiens Parque?
O Sapiens é uma grande área, de 4,5 milhões de metros quadrados, é estruturado como um condomínio, de 257 potenciais prédios. O objetivo é receber empresas de tecnologia e serviços para fortalecermos essa trajetória do crescimento da indústria de tecnologia local, que hoje responde por cerca de 20% do PIB da cidade, com mais ou menos 15 mil empregos em cerca de 600 empresas. Isso já é um polo tecnológico. O parque é um lugar de encontro dessas empresas, mais apropriado, para que elas possam interagir. Guardadas as devidas proporções, é como se falássemos que o parque é um shopping de empresas de tecnologia. Tem várias empresas que trocam informação, que desenvolvem produtos em conjunto, que configuram um endereço para atrair clientes. Em geral, essas empresas querem mercado, capital, dinheiro, conhecimento e gente talentosa, e o parque atrai esses elementos.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 16/05/2016.