26 abr Trapiche da praia da Saudade, no bairro de Coqueiros, continua abandonado e sem definição
Interditado desde setembro de 2014, após recomendação do MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina), o trapiche da praia da Saudade, em Coqueiros, que existe há 50 anos, segue com futuro indefinido. Entre as opções de destinação da área estão a possibilidade de destruição da estrutura ou uma parceria público-privada com o intuito de explorar o local comercialmente. A decisão sobre o que será do trapiche da praia da Saudade, no entanto, depende da resposta que a Prefeitura de Florianópolis receberá de uma consulta feita à SPU (Superintendência do Patrimônio da União) para saber quem de fato é o responsável pela área na região continental da Capital.
A Secretaria do Continente informa ter interesse na revitalização do espaço, porém, revela ter feito um estudo preliminar para recuperação da estrutura e o valor orçado ultrapassou R$ 1,5 milhão. “Isso sem contar que não foi feito um estudo minucioso das condições em que se encontram as estruturas do trapiche. O que inviabiliza no momento o município arcar com esta quantia. Além disso, temos dúvidas sobre quem é o responsável legal pela área, se o município ou a União. Somente após sanarmos essa dúvida, decidiremos o que fazer no local”, diz Aurélio Rocha dos Santos, secretário do Continente.
Para ele, a melhor saída para o espaço é fazer uma parceria público-privada e explorar o local comercialmente. “Mas isso ainda é incerto”, afirma.
Em relação à possibilidade de demolição da estrutura, o secretário afirma que isso envolve diversos fatores, “por não se tratar de uma demolição de uma simples edificação”. Para Santos, há de se fazer um estudo mais aprofundado, pois envolve uma questão histórica do local. “A gente não sabe ao certo se o local é tombado ou não e se a área é do município ou da União. Assim, teremos que ter essas respostas para depois decidir o que fazer com o trapiche de Coqueiros”, diz.
Trapiche foi interditado em setembro de 2014
O trapiche da praia da Saudade foi interditado em 17 de setembro de 2014, depois que o MP-SC deu prazo de 72 horas para que o acesso fosse interrompido. A recomendação se deu depois que a Defesa Civil da Capital constatou as péssimas condições da estrutura, que oferecia riscos à população. Na época, o pedido do promotor Daniel Paladino era de que em 30 dias a prefeitura definisse se iria demolir ou restaurar o trapiche. A reportagem tentou conversar com Paladino para saber sobre a indefinição na área, mas ele estava em audiência e não pôde atender a reportagem.
Já a Defesa Civil, na ocasião, se posicionou pela demolição e o começo de estudos para a construção de uma nova passarela com mirante e área pública de convivência. Enquanto as definições sobre a área são proteladas, a vizinhança reclama do abandono e insegurança no local. As estruturas de concreto acumulam água parada e podem se transformar em criadouros do mosquito da dengue.
(Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 25/04/2016)