07 mar Programa Roteiros do Ambiente resgata caminhos históricos para turismo ecológico na Ilha
Para o aposentado Orides Manoel da Silva, 85 anos, o que menos importa é o nome original. Pode ser Recanto da Cachoeira ou Passagem das Furnas, como conheceram pescadores e agricultores da geração do avô dele, ou Caminho do Rei, provavelmente por ter sido usado pelos moradores do Norte da Ilha durante a romaria a pé e a cavalo para recepcionar a comitiva imperial em visita à Freguesia de Canasvieiras, em 1845.
“Ele sempre esteve aí, desde que me conheço por gente. Era passagem de lavadeiras, pescadores, agricultores. Tinha rastro de carros de bois”, aponta Orides, morador mais antigo da rua do Progresso, na Cachoeira do Bom Jesus. Atualmente usados por caminhantes, ciclistas, jipeiros e motociclistas, os 3,9 quilômetros pela crista do morro que separa as entre praias Brava, Ponta das Canas, Cachoeira do Bom Jesus e Ingleses, fazem parte do Programa Roteiros do Ambiente, da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), que abrange 34 trilhas do interior da Ilha.
“Estes caminhos históricos, que proporcionam paisagens espetaculares da Ilha, são laboratórios a céu aberto para a educação ambiental, e vamos envolver escolas e comunidades do entorno”, diz o chefe da divisão de implantação e manejo de unidades de conservação ambiental da Floram, Mauro Costa, 49, um dos coordenadores do programa. Depois do mapeamento, equipe multidisciplinar encaminha o processo de tombamento e faz levantamentos técnicos das condições de segurança e utilização das trilhas, quase todas rodeadas de APPs (Áreas de Preservação Permanente).
“Nossa missão é normatizar o uso, definir plano de manejo, calcular a capacidade de carga de cada uma destas trilhas e como readequar as atuais atividades desenvolvidas nelas”, emenda a engenheira agrônoma Cláudia Queiroz, 52, educadora ambiental da Floram. Na trilha entre a Cachoeira e a Brava, por exemplo, além da proliferação de espécies exóticas em meio a manchas da mata atlântica original, foi constatada a existência de quatro pistas de motocross e duas rampas naturais de parapente, ao lado das três últimas roças de mandioca em plena produção.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 05/03/2016