07 mar Casan não quer pagar sozinha a conta pelo esgoto nas praias de Florianópolis, mas anuncia obras
A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) cansou de apanhar e levar a culpa pela omissão histórica. Não assumirá mais, sozinha, a responsabilidade pelo fim da balneabilidade nas praias mais frequentadas no verão, desabafou o presidente Valter Gallina durante encontro com o Conselho Editorial do Grupo RIC para avaliar o desempenho da empresa na temporada 2015/16 e anunciar pacote de obras emergenciais para os dois próximos anos. Em Florianópolis, onde pontos de contaminação cloacal afloraram de Norte a Sul em plena temporada turística, a estatal promete investir R$ 350 milhões até 2018, e sair dos atuais 57% para 70% da população atendida.
As obras anunciadas incluem até uma estação de tratamento para água da chuva contaminada pelas ligações clandestinas de esgoto na rede de drenagem de Canasvieiras e região, mas atenderão apenas a orla marítima. Para as comunidades do miolo da Ilha – Ratones, Vargem Pequena, Vargem Grande, Rio Vermelho, Barra do Sambaqui e maior parte dos bairros do Sul – não há previsão a médio prazo.
Paralelamente ao bilionário pacote de ações técnicas, a estatal pretende cobrar mais eficiência e seriedade da prefeitura na fiscalização às ligações clandestinas – 57% da população de Canasvieiras. Também no Norte da Ilha, cobrará urgência na macrodragagem da bacia hidrográfica de Ratones – incluindo os rios do Brás e Papaquara. “Assumimos a coordenação do projeto de despoluição da orla, mas o município e a comunidade precisam fazer a parte deles”, diz Gallina.
Baseado em dados levantados pela equipe técnica, Gallina apontou o longo período de chuva e as ligações irregulares à drenagem urbana como as principais causas da poluição da foz do rio do Brás neste verão. Para reduzir a clandestinidade, a Casan admite assumir a coordenação do programa Se Liga na Rede, atualmente vinculado à Secretaria Municipal da Habitação, e negocia com a Caixa a liberação de linhas de crédito para famílias com renda mensal de até R$ 5.000 ligarem seus esgotos corretamente. “No entanto, muita gente importante, entre moradores, empresários e associações de classe, contribui para a contaminação do rio do Brás”, alfineta Gallina.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 04/03/2016.