Análise identifica esgoto ao mar em seis pontos nas praias do sul da Ilha, em Florianópolis

Análise identifica esgoto ao mar em seis pontos nas praias do sul da Ilha, em Florianópolis

A ONG Instituto Sea Shepherd Brasil recebeu nesta quarta-feira o resultado das análises de seis amostras de água escura que corriam para o mar no sul da Ilha, em Florianópolis. Quatro dessas amostras foram retiradas na praia do Campeche, uma no Morro das Pedras e outra no Matadeiro, todas apresentaram um volume de coliformes fecais acima do tolerado. A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram)afirmou que está ciente do problema e que tomará providências para autuar osresponsáveis.

Segundo o representante do núcleo catarinense da ONG, Luiz Antônio Faraoni, os resultados apenas comprovaram as suspeitas dos moradores e banhistas.

— Pelo cheiro já sabíamos que setratava de esgoto. Com o resultado, agora temos certeza.

O local mais problemático na praia doCampeche é o Riozinho, onde dois pontos analisados apresentaram entre 230 e 250vezes mais coliformes fecais do que o limite estabelecido pelo ConselhoNacional do Meio Ambiente (Conama), que é de mil unidades por 100 militros deágua. Na amostra retirada da vala aberta próximo à Avenida Pequeno Príncipe,que preocupou os banhistas há duas semanas, o resultado foi 3,5 vezes maior doque o permitido. No ponto próximo à Lomba do Sabão, a análise identificou umaquantidade de coliformes fecais 5,4 maior. Já a amostra do Morro das Pedrasapontou um número 300 vezes superior, enquanto no Matadeiro o resultado foi de3,5 vezes. As análises foram feitas pelo laboratório de análises QMC, deFlorianópolis, e assinadas pelo responsável técnico Djan Freitas.

— É difícil apontar culpados para asituação. Se por um lado os órgãos não fiscalizam, por outro alguns moradoresnão colaboram, descartando o esgoto irregularmente — disse Faraoni.

A Floram, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o diretor de fiscalização, Bruno Palha, junto com representantes da Vigilância Sanitária e Ambiental de Florianópolis, visitou os locais denunciados pelos moradores do Campeche na última segunda-feira. O órgão reconhece o lançamento de esgoto no mar, e apartir da próxima quarta-feira (9 de março) dará início a um plano para autuaros responsáveis pela poluição.

A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), que faz o controle da balneabilidade das praias no litoral catarinense, afirmou não se posicionar em relação a pesquisas feitas por órgãos não oficiais por não ter conhecimento dos critérios utilizados nas pesquisas.

( Diário Catarinense, 02/03/2016)