11 jan Os estragos do turismo predatório
Da coluna de Moacir Pereira (DC, 11/01/2016)
O litoral catarinense, outrora um desfile de praias de águas claras e areias brancas, está hoje maculado de bandeiras vermelhas da Fatma, indicando poluição e altos índices de contaminação.
Não bastassem estas agressões ao meio ambiente, a invasão de turistas provoca uma série de estragos, atingindo mortalmente a qualidade de vida de todos.
Na praia do Mar Grosso, em Laguna, veranistas da região chegam, desfrutam das maravilhas do lugar e deixam apenas lixo espalhado pelos espaços públicos.
Em Balneário Camboriú acabou a mobilidade urbana. A indisciplina no trânsito é uma constante, a ausência de autoridades torna o cenário mais bagunçado, a lei do silêncio ninguém obedece. Nos últimos dias teve até arrastão de vândalos em plena Avenida Atlântica, em veículos presos nos engarrafamentos.
A Lagoa da Conceição foi invadida por craqueiros e por uma rafuagem jamais vista na Ilha. Eles chegam e mandam no pedaço. Dormem na rua, atiram latas de cerveja pelas calçadas, usam drogas em espaços públicos, abrem potentes alto-falantes dos carros até de madrugada. E ameaçam quem pede silêncio e educação.
Em Ingleses e Canasvieiras, o maior mafuá da história. Comércio de produtos piratas se espalha pelas calçadas, venda indiscriminada de celulares, cheiro de maconha por todo canto, oferta de acessórios e peças do vestuário na porta de entrada do comércio estabelecido, jovens colocando carros em vagas de deficientes… e por aí vai.
Jurerê Internacional não fica fora. Cenas parecidas se agravam com os endinheirados sentindo-se donos da praia. Dá de tudo. A última com BO na Polícia, quando um grupo de arruaceiros atirou um Elefante Parade, artisticamente decorado, no fundo do rio.
É preciso um basta neste turismo de massa e predatório.