11 jan Amadorismo, incompetência e omissão nas praias de Florianópolis
Da coluna de Moacir Pereira (DC, 09/01/2016)
A Ilha de Santa Catarina, cantada em prosa e verso, motivo de campanhas milionárias para atrair turistas nacionais e estrangeiros, está gravemente enferma. Há anos vinha apresentando sintomas de gradativa destruição de seu maior patrimônio: um colar maravilhoso de belíssimas praias, águas claras e limpas, rios e lagoas piscosos, cachoeiras e dunas, morros floridos e um visual único no Brasil e no Planeta.
O último relatório da Fatma sobre balneabilidade das praias da Ilha e do litoral catarinense é uma tragédia anunciada há muito tempo. Um misto de especulação imobiliária incontrolável e total improvisação, com falta de educação de proprietários irresponsáveis jogando esgoto em galerias pluviais, mais a omissão, a incompetência e o amadorismo das autoridades, levaram Florianópolis a este cenário calamitoso. Milhares de veranistas locais e outros milhares de turistas nacionais e estrangeiros, com famílias inteiras internadas, acamadas com vômito, diarreia e dores nas juntas. Tudo provocado pelos altos índices de contaminação das praias.
Um terço dos pontos está sem condições de banho em Santa Catarina
Fazem seminários, encontros, fóruns de planejamento do turismo. Vai-se conferir e não cuidaram do essencial: o combate firme e enérgico dos poluidores, com o lacre imediato, multas e até processos criminais. Estes contribuintes e estas instituições não estão apenas causando graves problemas de saúde pública e ofendendo a pródiga natureza da Ilha.
Com a Prefeitura de Florianópolis mais preocupada em marketing do que ação efetiva para combater a poluição, com a Casan contribuindo para o aumento da contaminação, a omissão de órgãos públicos, estão todos liquidando com o turismo na Ilha. E com o que ela tem de mais precioso.
São todos, sim senhor, amadores, omissos e incompetentes.