20 nov Crescimento do número de eventos faz setor afastar efeito da sazonalidade no turismo de SC
O crescimento constante dos eventos faz com que alguns setores já prevejam o fim da sazonalidade no turismo em Santa Catarina. Para João Eduardo Amaral, presidente do conselho da seção catarinense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-SC), no entanto, uma taxa de ocupação perene durante o ano só deve ser alcançada no longo prazo. Mas as tentativas de mudar começaram há bastante tempo.
— Essa, na verdade, é uma luta que começou com o próprio setor hoteleiro. A temporada acabava e os empresários precisavam arranjar uma forma de trazer os hóspedes, mesmo sem praia. Eles necessitavam daquilo. Hoje nós já temos muita gente lutando ao nosso lado e uma boa taxa de ocupação ao longo do ano — conta Amaral.
Outra boa notícia para o setor vem justamente de algo não tão bem visto pela maioria da população: a desvalorização do real. Com o dólar valorizado, mais pessoas têm viajado dentro do país, aumentando a ocupação dos hotéis. Segundo Amaral, o setor de hospedagem de alto padrão, que inclui o Costão do Santinho, é um dos mais beneficiados.
Outros hotéis do ramo na Grande Florianópolis, como Majestic, Il Campanário, Beach Village e Caldas Plaza, também projetam crescimento para este ano, mesmo que a crise tenha forçado um aumento nas promoções. Em Balneário Camboriú, um dos maiores resorts da região, o Infinity Blue Resort & Spa, registrou em 2015 um crescimento em eventos como casamentos e aniversários de 15 anos.
De acordo com a consultora de eventos Bruna Marquardtt, esse tipo de comemoração é marcada com bastante antecedência e, embora não traga tantos hóspedes, ajuda a manter a visibilidade do complexo.
— Eles mitigam um pouco a sazonalidade, que, de fato, já foi muito maior no setor.
O mesmo cenário não foi visto no Hoel VillaReal, em São Francisco do Sul. Segundo a gestora comercial Tatiana Cordeiro, o ano foi marcado justamente por uma diminuição nos eventos de lazer. Ela credita isso à redução do poder de consumo em meio à crise econômica.
— O que segurou um pouco foi o ramo corporativo, mas para 2016 já projetamos uma retomada do crescimento.
(Diário Catarinense, 19/11/2015)