09 out Alça de Contorno: oito entidades pedem mudança no traçado
Mais uma polêmica envolvendo a Alça de Contorno. Oito entidades entraram com uma representação junto ao MPF (Ministério Público Federal) questionando a obra, defendendo que o contorno passe pela BR-282 e desemboque direto na BR-101, sem passar pelos bairros.
A representação ocorreu após o Fórum Parlamentar Catarinense e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) decidirem, em julho, que seria mantido o traçado original da Alça de Contorno, que inicia no KM 177 da BR-101, no Vale do Rio Inferninho, em Biguaçu e termina no KM 220, próximo à ponte do Rio Aririú, em Palhoça.
Assinaram o pedido de mudança no projeto a Federação Nacional dos Engenheiros; o Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina; o Sindicato dos Técnicos Industriais de Santa Catarina; a Câmara de Dirigentes Lojistas de Palhoça; a Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina; a Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas-Seção de Santa Catarina; o Conselho Comunitário do Bairro Pacheco e a Mitra Metropolitana de Florianópolis, pela Paróquia São Francisco de Assis.
De acordo com a assessoria da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina, a entidade apoia a mudança do traçado porque diminuiria o custo da obra, já que não haveria desapropriações. Já a assessoria da CDL de Palhoça afirma que a entidade passou a defender o projeto após reunião entre o presidente, Josué da Silva Mattos e empresários do bairro Aririú, onde foi constatado que o traçado original causaria malefícios à rotina das empresas locais e também às residências.
O coordenador do Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana do Comdes, Adriano Ribeiro, reflete a falta transparência nas informações sobre a obra, como, por exemplo, o custo total. Além disso, ele relata que o Ministério Público não pode interferir na mudança do traçado. “Só quem pode fazer isso é a ANTT, que tem demonstrado descaso com os interesses da sociedade. Essa representação é um erro, não tem respaldo nenhum”, diz. A comissão de mobilidade urbana do Comdes visitou o local da obra na manhã desta quarta-feira (07/10), mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos as informações da visita.
O presidente da AEMFLO e CDL-SJ, Marcos Souza, espera que a representação enviada pelas entidades ao Ministério Público não atrase ainda mais a conclusão da obra. “Já houve tempo suficiente para discutir o traçado, afinal, há quase duas décadas esperamos pela Alça de Contorno. A sociedade não aguenta mais. Congestionamentos diários causam inúmeras perdas aos cidadãos que trafegam pela BR-101, assim como as empresas que dependem do trajeto e sofrem com os custos de logística”, relata.
(Aemflo, 07/10/2015)