Um monumento ao desperdício

Um monumento ao desperdício

(Por Visor, DC, 29/09/2015)

O principal cartão-postal de Santa Catarina também pode ser considerado o maior monumento ao desperdício do dinheiro público no Estado, nas palavras do procurador Diogo Ringenberg, do Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado. Em detalhado relatório de 45 páginas, ele contabilizou contratos e convênios no valor de R$ 563 milhões para a reforma da Hercílio Luz. Foram montadas 16 operações de recuperação da velha senhora desde a década de 1980. Apesar disso, a ponte está interditada há 33 anos e sua estrutura física continua tão ou mais deteriorada. Em tese, explica o procurador, 10 ex-governadores e o atual, Raimundo Colombo, podem ser responsabilizados por má gestão.

O risco de colapso na ponte é iminente, diz o procurador com base em análise de peritos. Tanto que solicita imediatamente ao Estado a apresentação de um plano de contingência. E que os moradores das imediações sejam notificados oficialmente sobre o risco que correm com a gigantesca vizinha. Conforme um especialista ouvido pela coluna, se a ponte cair, poderia provocar o mesmo efeito de uma granada, com fragmentos de até 70 quilos, alcançando uma distância de até 2 mil metros, tanto na Ilha quanto no continente.

ENQUANTO ISSO…

O governo aposta todas suas fichas na boa vontade dos portugueses da Empa, que assumiram há seis meses a conclusão das quatro torres de sustentação por R$ 10 milhões, com dispensa de licitação. A empresa já manifestou interesse em tocar o restante, desde que em regime de contrato emergencial. Outro item que preocupa é a demora na transferência de carga com uso dos macacos hidráulicos, o que realmente aliviaria a tensão nos cabos. O que está sendo finalizado, dentro do prazo previsto, é uma espécie de “estaqueamento”.