23 set Quem for para o Sul da Ilha no verão encontrará obras no Rio Tavares e no Ribeirão da Ilha
Obras do elevado do Rio Tavares e na rodovia Baldicero Filomeno, a principal via do Ribeirão da Ilha, e a falta de melhor estrutura de banheiros e chuveiros nas praias são algumas das reclamações de quem frequenta o Sul da Ilha e que devem ser problemas também na próxima temporada de verão. Todos os dias, Carolina Moreira, 25 anos, costuma atravessar a SC-405 de bicicleta com a filha Maeva.
Nos últimos meses, com as obras do elevado, que começaram em junho, o trajeto tem sido mais complicado, mas ela acredita que a longo prazo o benefício será maior. “Vai melhorar bastante tanto para quem usa bicicleta quanto o trânsito em si. Ainda não consegui visualizar completamente a obra, mas falta a ligação entre os trechos da ciclovia”, diz, também preocupada com os transtornos durante o verão.
O objetivo da Prefeitura de Florianópolis é tentar solucionar um dos principais gargalos de mobilidade no caminho ao Sul da Ilha, mas a as obras só devem ser finalizadas em 18 meses. Mesmo assim, a perspectiva da Secretaria de Obras é construir desvios para evitar transtornos aos motoristas.
De acordo com o secretário Rafael Hahne, as obras não serão paralisadas durante o verão, mas continuarão fora da via principal para que haja o mínimo de interferência no trânsito. Na semana passada, começou a ser instalado o segundo pilar do elevado, o P2, que deve ser finalizado ainda esta semana. “Com isso, será executada a camada final de capa asfáltica, além de algumas alterações no trânsito”, diz.
Com as mudanças temporárias, será liberada uma via lateral na área da obra, que permitirá a passagem direta dos veículos sentido Lagoa da Conceição-Centro, sem dividir a preferência com quem sai do Sul da Ilha. Quem sair da Lagoa e quiser ir para o Sul da Ilha, não poderá mais virar à esquerda no trevo do Rio Tavares. O caminho deverá ser feito pela avenida Campeche ou pela rua Pau de Canela.
O vice-presidente da Amocam (Associação de Moradores do Campeche), Ataíde Silva, é cético com relação a real utilidade do elevado. Para ele, é uma obra paliativa e que não resolverá os problemas de trânsito da região, principalmente durante o verão, quando o Sul da Ilha costuma “parar” por conta da grande quantidade de pessoas na cidade. “É uma obra paliativa, assim como aconteceu com a terceira faixa da SC-405. Daqui a dez anos será necessária outra obra. Enquanto continuarem pensando no automóvel e não no transporte coletivo, isso vai acontecer”, afirma. Ataíde quer também a finalização das obras na rodovia Diomício Freitas, e mais segurança para o bairro na temporada.
Críticas pela falta de planejamento
Problema recorrente em toda a Ilha, a falta de boas estruturas de banheiros e chuveiros é uma das principais reclamações no verão. Mesmo com a instalação de banheiros provisórios nas duas últimas temporadas, banhistas e moradores reclamam da falta de planejamento a longo prazo em uma cidade turística.
Na Armação, há três anos, após fortes ressacas, foram construídos calçamento e ciclovia. Mas nada de banheiros e chuveiros para quem utiliza a praia. No centrinho do Ribeirão da Ilha, os dois chuveiros que funcionavam antigamente continuam lá, mas não sai uma gota de água.
Marcelo Izoppo, 36 anos, é proprietário do restaurante Pequeno Príncipe, na praia do Campeche. Segundo ele, desde 2004 não há mais chuveiro público, e os banheiros móveis não suprem a demanda de todos. “Muita gente não usa aqueles banheiros porque ficam muito sujos. E aí o pessoal vem pedir para usar aqui. Já viajei muito para as praias do Nordeste e acho Florianópolis a mais bonita, mas a infraestrutura daqui deixa muito a desejar”, diz.
Para este ano, a Secretaria de Turismo voltará a instalar banheiros móveis nas praias de toda a Ilha e as estruturas que têm deques serão equipadas também com chuveiros. No Sul, haverá chuveiro no Campeche, Armação e Pântano do Sul.
Obras continuam no Ribeirão
Outra obra que continuará em execução durante o verão é a repavimentação da rodovia Baldicero Filomeno, no Ribeirão da Ilha. Iniciada em junho deste ano, a obra só deve ser concluída em março de 2016, e tem enfrentado problemas este mês. Por falta de pagamento da prefeitura, a empresa decidiu paralisar os serviços por alguns dias, mas segundo o secretário Rafael Hahne, a prefeitura está em tratativas com o Ministério das Cidades para receber a verba e dar continuidade ao serviço, orçado em R$ 1,2 milhão.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 22/09/2015