ONU avalia que Brasil avança no cumprimento dos objetivos do milênio

ONU avalia que Brasil avança no cumprimento dos objetivos do milênio

O mais recente relatório do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA) das Nações Unidas, lançado no último dia 6, avalia que o Brasil, ainda que com deficiências, tem avançado no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Subscrito por 193 países no ano 2000, os ODM representam oito metas a serem cumpridas até o final de 2015: erradicar a pobreza extrema e a fome, atingir o ensino básico universal, promover a igualdade entre os sexos e a autonomia entre as mulheres, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater doenças como a AIDS e a malária, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

De acordo com o movimento “Nós Podemos”, organização da sociedade civil de interesse público  criada em 2004 para acompanhar o cumprimento dos ODM em todos os estados brasileiros, houve uma significativa melhora dos indicadores que determinam o nível de qualidade de vida no país.

Um dos fatores que melhor demonstram o fato, destaca o secretário executivo nacional do “Nós Podemos”, Odilon Faccio, foi a redução da extrema pobreza (equivalente a renda inferior a 1,25 dólar por dia por pessoa), que entre 2001 e 2012 caiu de 14% para 3,5% entre a população nacional. O mesmo foi verificado em Santa Catarina, onde variou de 15% para 1,2%. “Tanto o país quanto o nosso estado foram bem sucedidos nesse aspecto, um dos mais importantes, tendo em vista que traz repercussões positivas em todos os outros.”

Entre os objetivos traçados, segundo o movimento “Nós Podemos”, o Brasil vem encontrando dificuldades apenas em atingir a meta referente à redução na mortalidade materna. Ainda que a taxa de mortes por complicações na gravidez e parto tenha caído, entre 2001 a 2012, de 80 para 64 em cada 100 mil nascidos vivos, o patamar estipulado de 35 óbitos (75%) não foi alcançado.

Apesar de apresentar bons indicadores em praticamente todos os aspectos analisados, Santa Catarina, disse Odilon, ainda caminha lentamente no que se refere às melhorias esperadas para as áreas da saúde e educação. “A exemplo de outros estados, o governo local não adotou os objetivos do milênio como ferramenta de gestão. Preocupa-nos principalmente o avanço de doenças como a Aids e a dengue. Da mesma forma, ainda que as matrículas no Ensino Médio tenham crescido, existe aqui uma evasão escolar de 40%, sobretudo nos jovens entre 15 e 20 anos.”

Mesa Brasil

Para o “Nós Podemos” o sucesso no alcance das metas do milênio não depende apenas das políticas adotadas pelo poder público, mas de uma articulação em que estejam inseridas instituições privadas e civis. Em Santa Catarina, cerca de 180 organizações cooperam com ações neste sentido, como o Serviço Social do Comércio (Sesc), por meio do programa  Mesa Brasil.

Criado há 12 anos com o objetivo de combater o desperdício de alimentos e contribuir com o combate à fome no país, o Mesa Brasil arrecada produtos e os encaminha a 320 entidades distribuídas por 40 cidades catarinenses. “Fornecemos todos os meses aproximadamente 140 toneladas de alimentos, beneficiando uma média de 45 mil pessoas no estado, principalmente em creches, comunidades terapêuticas, lares de idosos, pastorais e instituições socioeducativas”, destacou a coordenadora estadual do Mesa Brasil, Luciana Oliveira de Azevedo do Nascimento.

Os mantimentos, arrecadados junto a indústrias, supermercados, feiras e particulares, também são enviados para outros estados, cujas populações estejam em condição de insegurança alimentar. “Recentemente enviamos leite para Manaus e agora estamos angariando alimentos para os atingidos pelas cheias no Rio Grande do Sul. Ou seja, buscamos onde sobra e entregamos onde falta,” disse Luciana.

Paralelamente à oferta de alimentos, o Sesc oferece, por meio do Mesa Brasil, ações educativas nas áreas de assistência social e nutrição, em oficinas de culinária e cursos de manipulação de alimentos. As empresas interessadas em fazer doações ou as instituições que queiram se habilitar a receber os alimentos e capacitações podem entrar em contato com as sedes do Sesc em Florianópolis (0800 6434363), Joinville (0800 6458880) e Chapecó (0800 6460030).

Agência ALESC , 30/07/2015)