Jardim Botânico de São José será aberto ao público a partir da próxima terça-feira

Jardim Botânico de São José será aberto ao público a partir da próxima terça-feira

“O Jardim Botânico é uma obra que não tem conclusão. É um processo contínuo, permanente“. A definição do superintendente da FMADS (Fundação do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) de São José, Moacir da Silva, indica que o espaço recém-inaugurado no bairro Potecas seguirá a máxima do químico francês Antoine Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

O Jardim Botânico de São José será aberto ao público a partir da próxima terça-feira. Como a região é uma APP (Área de Preservação Permanente), apenas uma parte dos 160 mil m² de mata atlântica preservada será aberta à visitação. Ainda assim, o espaço não está concluído. “Não queremos um equipamento que esteja pronto, até porque um Jardim Botânico nunca vai estar pronto. Queremos que a população se insira em todo o contexto da implantação do jardim e no seu amadurecimento, para que ele seja da coletividade”, disse Silva.

Para quem ainda não está familiarizado com o conceito de Jardim Botânico, o diretor do local, Sérgio Stähelin, explica que ele vai além da exposição e apresentação de espécies e coleções de plantas. “O Jardim Botânico está mais para um centro de pesquisa do que de visitação. Antigamente era diferente, mas hoje está mais voltado à conscientização, à preservação e à pesquisa e estabilidade de espécies que estão em vias de desaparecimento”, afirmou.

Ao todo, mais de 300 espécies foram catalogadas ou inseridas no jardim. Agora, a equipe trabalha na identificação visual para que os visitantes conheçam melhor as árvores, flores e plantas nativas da região. Há também parte da coleção de bromélias doadas ao Jardim Botânico pela família de Max Hablitzel, antigo proprietário de um grande orquidário e bromeliário em São José.

O espaço será gerido pela FMADS e, devido à estrutura enxuta, no primeiro momento, o local será aberto ao público apenas às terças e quintas-feiras, com os outros dias da semana reservados para o desenvolvimento científico.

Ainda assim, mesmo que o foco principal esteja na pesquisa e educação ambiental, o Jardim Botânico receberá atividades voltadas à população, como cursos de jardinagem e apresentações artísticas no anfiteatro. “O Jardim Botânico não é exclusivamente um museu que se vai para olhar. O intuito é que as pessoas se apoderem e vejam que é possível criar um conceito de sustentabilidade integrado, com uma vida própria. Não só na questão de desenvolvimento da consciência ambiental, mas na qualificação do meio que a gente vive”, comentou o superintendente da fundação.

Empreendimento deu início ao projeto

De acordo com a Fundação do Meio Ambiente, o Jardim Botânico surgiu em uma parceria público-privada com a empresa J.A. Urbanismo, responsável pela construção de um loteamento residencial na região, e teve investimento de R$ 2 milhões. Além da doação da área, que possui valor estimado em R$ 4 milhões, todo o patrimônio que faz parte do espaço foi entregue ao município em março.

Para o superintendente da FMADS, a boa-vontade da municipalidade foi essencial para que o projeto saísse do papel após sete anos. “Só a sede e a área de 160 mil m2 não fazem um Jardim Botânico, são apenas um embrião. Aí entra o poder público. A parte deles (J.A. Urbanismo) está completamente cumprida, mas é lógico que essa herança perde a sua qualificação se não for encampada pelo poder público e se não avançar dentro dos seus objetivos”, disse.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 30/08/2015