14 jul Sozinho, Merisio desiste de rever duodécimo
(Por Moacir Pereira, ClicRBS, 13/07/2015)
Em menos de uma semana, o otimismo de Gelson Merisio (PSD) em relação à aprovação de uma nova regra para o repasse de recursos da arrecadação estadual para os poderes virou uma lacônica nota oficial divulgada no sábado em que comunica a retirada da proposta para que seja discutida, ampliada e aprofundada em um novo momento.
O presidente da Assembleia Legislativa acabou sendo alvo único de todas as pressões contrárias à mudança, especialmente do Tribunal de Justiça e do Ministério Público Estadual. Isolado como patrocinador da emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que substituía o sistema de percentuais criado pelo governador Vilson Kleinübing (PFL) no começo dos anos 1990 pelo congelamento do atual valor, apenas com reposição anual da inflação, Merisio acabou desistindo da briga. O governo do Estado, principal beneficiado pela mudança na regra – que acaba diluindo entre poderes os esforços de aumento da arrecadação –, não deu um pio oficial, apenas manifestações de simpatia em encontros pessedistas. Dos demais partidos, nenhuma reação. A OAB-SC pediu para analisar a emenda e tomar posição, mas os advogados sentiram o peso da nota em que o TJ-SC falava que a medida poderia levar ao fechamento de comarcas. Na quinta-feira, o pessedista já dava sinais de que poderia tirar o pé.
O estilo político de Merisio vem sendo construído com a mistura do talento como negociador parlamentar e disposição para comprar brigas. Em 2014, por exemplo, tomou para si o papel de ser fiador da entrada do PP na aliança governista, mesmo que isso levasse os peemedebistas à ruptura. Completamente diferentes entre si, os episódios da malsucedida aliança PSD-PMDB-PP e da revisão dos duodécimos têm um ponto em comum: Merisio ficou falando sozinho.