28 jul Santa Catarina terá 1,5 mil novas vagas para embarcações
Após Itajaí confirmar que a marina que está sendo construída no município será a maior do país em número de vagas, a apresentação do projeto daquela que será a maior marina de Florianópolis reacendeu a discussão sobre o aproveitamento do turismo náutico em Santa Catarina. Juntas, as duas devem oferecer 1,5 mil vagas a mais para barcos e iates, mas o aumento já chega atrasado: hoje, é raro encontrar um estabelecimento que não esteja superlotado.
Especialistas comemoram o crescimento na oferta, mas garantem que este é apenas o primeiro passo para a utilização de todo o potencial do turismo marítimo catarinense.
– Tanto o Estado quanto o país têm uma carência tremenda no número de vagas. SC está no topo da produção de barcos, mas os vende para moradores de outros Estados por falta de estrutura – lamenta Cláudio Brasil do Amaral, presidente do Instituto de Marinas do Brasil e membro do Comitê Internacional de Marinas.
DOIS PROJETOS EM ANDAMENTO
A Marina Itajaí foi confirmada em 2013 e está em fase de obras, devendo ser concluída em 2019 e oferecendo 900 vagas, transformando-se na maior do país. Terá capacidade para embarcações de até 39 metros de comprimento (130 pés), o que não ocorre em nenhuma outra marina do país.
Já a marina da Beira-Mar Norte, em Florianópolis, teve o projeto apresentado ao público ontem, mas ainda não tem prazo para sair do papel. A iniciativa privada será responsável pela execução e poderá fazer alterações no projeto.
– Esse tipo de serviço fortalece a gastronomia, a hotelaria, o comércio e até, evidentemente, a produção de barcos de lazer. SC tem buscado um novo eixo para desenvolvimento, mais ligado à utilização do mar: começou com a infraestrutura, pelos portos, e agora avança para o turismo – elogia Vinicius Lummertz, presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur).
Hoje, o maior polo de marinas e turismo náutico no mundo é o estado da Flórida, nos EUA, com mais de 2,5 mil unidades em pleno funcionamento. Já no Brasil, segundo Cláudio Amaral, são cerca de 500 unidades náuticas e aproximadamente 70 são marinas. A região do Sudeste concentra 65%, principalmente em Angra dos Reis (RJ) e em SP.
Para Vinicius Lummertz, o aumento da oferta acabaria elevando também a demanda no Estado:
– Há catarinenses que levam barcos para fora, pois não há espaço aqui. Haverá influencia no preço por vaga também.
( DC, 28/07/2015)